Resumo

Título do Artigo

Abordagem quantitativa e positivismo: entre o nó e o laço
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Palavras Chave

Paradigmas
Positivismo
Abordagem quantitativa

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - Marcos Gilberto dos Santos
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Escola de Administração - Núcleo de Pós-graduação em Administração NPGA
2 - Fernanda Almeida Pereira
-
3 - Adriano Leal Bruni
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA) - Faculdade de Ciências Contábeis e Escola de Administração

Reumo

O presente texto pretende discutir as bases epistemológicas dos paradigmas de pesquisa presentes na Administração, em especial o positivismo, verificando a presença dos seus elementos em pesquisas de abordagem quantitativa, tradicionalmente associadas, como em um nó, a essa corrente de pensamento.
Ao se buscar uma prevalência de postura paradigmática no campo dos estudos organizacionais, é corrente encontrar que o positivismo está presente e domina a área, especialmente nas pesquisas com abordagem quantitativa, dadas as suas características de concepção de realidade objetiva. Porém, não está claro que as características positivistas são atendidas pelas pesquisas quantitativas. Nesse sentido, o presente texto objetiva argumentar que a falta desses elementos abre a possibilidade de ser ver a abordagem quantitativa com um olhar interpretativista.
O texto está baseado numa trajetória da visão das ciências desde a contribuição de Kuhn (1970), com uma concepção de paradigmas sucessivos e contrapostos, até a visão de Burrel e Morgan (1979), com uma postura mais integradora dos paradigmas de pesquisa. Características do positivismo trazidos por Demo (2010) incluem objetividade, generalização e neutralidade como postura do pesquisador diante do objeto de investigação.
O texto apresenta-se como um ensaio teórico com postura argumentativa a partir da trajetória contemporânea da filosofia das ciências e da análise de textos clássicos e da área de estudos organizacionais.
A partir da análise das características positivistas, argumenta-se que pesquisas de abordagem quantitativa nem sempre contemplam os elementos necessários a uma postura positivista, apresentando, ao contrário, elementos de uma postura mais interpretativista, como construção conjunta da realidade e aproximação do pesquisador com o objeto de pesquisa.
A tendência de classificar as pesquisas com abordagem quantitativa como presas ao paradigma positivista, como um nó, não encontra guarida na análise de seus elementos fundantes. Ao contrário, elementos interpretativistas fazem laços com essas pesquisas ao permear a ação investigativa com subjetividade e ativa participação do pesquisador, seja na definição do objeto, seja na construção dos dados empíricos.
BURREL, G.; MORGAN, G. Sociological paradigms and organisational analyses. London: Heinemann Educational Books, 1979. DEMO, P. Introdução à metodologia das ciências. São Paulo: Atlas, 2010. KUHN, T. The Structure of Scientific Revolutions. 2. Ed. Chicago: University of Chicago Press, 1970.