Resumo

Título do Artigo

VALOR EM RELACIONAMENTOS: UM ESTUDO NO ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL) DE FRUTAS DO MUNICÍPIO DE ITACOATIARA NO AMAZONAS
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Palavras Chave

APL
Relacionamentos
Valor relacional

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - Marcilene Feitosa Araújo
UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - Pós-graduação em Administração
2 - CRISTIANE DO NASCIMENTO BRANDÃO
ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS DE SÃO PAULO (FGV-EAESP) - Operacoes Sustentaveis

Reumo

O crescente nível de competição global tem trazido significativo aumento das pressões exercidas sobre os mais variados tipos de negócios. A expressão ‘arranjo produtivo local’, disseminada essencialmente no contexto nacional tem origem nas experiências bem-sucedidas de arranjos produtivos (clusters) como a Terceira Itália e o Vale do Silício, referências mundiais em segmentos produtivos especializados (GURIZATTI, 1999; RABELLOTTI, 2003). Tais segmentos constituem-se numa fonte relevante de vantagens competitivas (CARDOSO, CARNEIRO e RODRIGUES, 2014).
O valor do relacionamento, formado pela interação entre diferentes firmas, tem como alicerce de sustentação as parcerias. Diante do exposto, a questão que se propõe para esta pesquisa é: Como os valores provenientes de relacionamentos, na opinião dos fruticultores, podem influenciar no desenvolvimento e na competitividade do APL de frutas, no município de Itacoatiara, no estado do Amazonas? Sob esta ótica, o estudo teve como objetivo analisar a influência dos relacionamentos entre parceiros de negócios no desenvolvimento e competitividade do APL.
Os relacionamentos interorganizacionais enfatizam a interação entre diferentes organizações, objetivando a criação de valor para as empresas que se comprometem a participar. Dessa forma, tais relacionamentos buscam permitir que os agentes econômicos neles envolvidos respondam de forma eficaz aos desafios impostos ao ambiente de negócio. A interação entre empresas é uma resposta às exigências do mercado. As mudanças no cenário de negócios têm levado as mesmas a intensificarem o nível de relacionamento (SCHMITT, et al.,2003; AQUINO e BRESCIANI, 2005; CHEUNG; MYERS; MENTZER, 2010).
A primeira fase da pesquisa foi a observação in loco. Nessa fase, realizaram-se visitas ao campo (roçado) de vinte e dois (22) fruticultores do APL, em que foram acompanhados os trabalhos dos produtores no dia a dia do campo, o uso de tecnologias, forma de cooperação entre eles, a troca de conhecimento e aprendizagem e as atividades realizadas conjuntamente. A segunda fase foi composta pelas entrevistas. Dos fruticultores visitados, oito (8) foram selecionados para serem entrevistados, sendo: três produtores de grande porte, três produtores de médio porte e dois produtores de pequeno porte.
Com base na pesquisa, notou-se que o município de Itacoatiara é referência na produção de frutas, principalmente do abacaxi. Conforme observação in loco, ao se comparar as duas vilas, verificou-se que a produção da Vila do Engenho apresenta maior concentração de produtores morando na própria vila, maior nível de interação, maior nível de desenvolvimento e maior nível no poder aquisitivo de seus membros. Tal constatação pode estar associada à interação dos produtores, à organização do grupo e à ideia de associativismo presentes nas falas de muitos dos sujeitos pesquisados.
Foi possível perceber que a grande maioria dos membros possui ensino médio completo e até superior. Quanto à competitividade, o APL tem competindo principalmente em qualidade. Assim, conclui-se que os relacionamentos geram valor para o APL, influenciam no desenvolvimento e competitividade do mesmo, principalmente, por meio de maior nível de conhecimento e aprendizagem, maior escala e poder de mercado (compras conjuntas), acesso a soluções (energia de 24 horas, estradas/ramais), redução de custos e riscos (redução do frete) e inovação (tecnologia e processos).
AMATO NETO, J. Redes de cooperação produtiva e clusters regionais: oportunidades para as pequenas e medias empresas. São Paulo: Atlas, 2000. DAS, T. K.; TENG, B. Managing risks in strategic alliances. Academy of Management Review, 13, (4), p 50-62, 1999. JORDE, T. M.; TEECE, D. J. Competition and cooperation: striking the right balance. Business & Public Policy, spring 1989. ULAGA, W. Capturing value creation in business relationships: A customer perspective. Industrial Marketing Management, v. 32, n. 8, pp. 677–693, 2003.