Resumo

Título do Artigo

INOVAÇÃO E INTERNACIONALIZAÇÃO NAS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Internacionalização
Inovação
Visão Baseada em Recursos

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Competitiva Baseada em Recursos

Autores

Nome
1 - Maria Jamylle Oliveira Santiago
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
2 - Rafael Sales Almendra
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC

Reumo

Como consequência do processo de globalização, cresceu significativamente o número de empresas que passaram a adotar práticas capazes de garantir continuidade, competitividade e crescimento. Para tanto, utilizam estratégias como a inovação e a internacionalização, a fim de obter vantagens em um mercado dinâmico e competitivo. Como a inovação e a internacionalização dependem de recursos e capacidades existentes, é natural pensar que elas estão de alguma forma interligadas e podem ser investigadas à luz da Visão Baseada em Recursos (VBR).
Considerando-se a VBR como vertente teórica, se desenvolve uma análise teórico-empírica, procurando-se entender como a inovação e a internacionalização são delineadas nas indústrias brasileiras, bem como se verifica se há relação entre elas. A pesquisa propõe-se responder ao seguinte questionamento: qual a influência da inovação na internacionalização no contexto das indústrias brasileiras listadas na BM&FBovespa? O estudo tem por objetivo geral investigar a influência da inovação na internacionalização no contexto das indústrias brasileiras.
A VBR está voltada para o ambiente interno da empresa, possibilitando a integração da estratégia competitiva com a estrutura organizacional (Armstrong, 2008; Barney, 1991). A literatura induz que a inovação pode favorecer a internacionalização (Boehe, Larentis, Toni, & Mattia, 2011; Castaño, Méndez, & Galindo, 2015), já que os fatores que conduzem o deslocamento das atividades da empresa para o exterior, são de caráter organizacional e estratégico (Fleury & Fleury, 2003; Honório, 2009). O estratégico se vincula à inovação, por se relacionar à busca por ativos não facilmente replicáveis.
O estudo reúne uma amostra de 75 indústrias listadas na BM&FBovespa e analisa o período de 2012 a 2014. Cinco indicadores foram adotados como métricas, sendo dois relacionados à inovação (marcas e patentes) e três à internacionalização (ações no exterior, receita externa e unidades instaladas fora do país). Aplicou-se análise de regressão com dados em painel e os dados foram organizados em painéis balanceados, haja vista que cada empresa está presente em todo o período, totalizando 225 observações. Para minimizar efeitos e solucionar problemas de multicolinearidade aplicou-se a técnica robust.
Constatou-se que a inovação é um fator que auxilia na atuação internacional das empresas e que as firmas internacionalizadas registram maior número de patentes, são mais rentáveis e maiores, o que indica a existência de uma relação entre os construtos. Entretanto, os resultados da regressão levaram à rejeição da hipótese do estudo, haja vista que a inovação, via registro de marcas, influencia negativamente a internacionalização do capital social, e nenhuma evidência pode ser inferida sobre a influência da inovação via patentes na internacionalização, diferentemente do preconizado pela VBR.
A constatação da ausência de efeitos da inovação na internacionalização e da influência negativa da inovação via marcas na participação estrangeira no capital contraria a base teórica da pesquisa e a literatura predominante, segundo a qual a inovação torna a empresa mais competitiva, proporciona o alcance de mais mercados e maximiza seu potencial de concorrência além-fronteiras, demonstrando, assim, um achado importante sobre o relacionamento dos construtos, e indicando a necessidade de análise de causa e efeito mais aprofundada entre inovação e internacionalização.
Barney, J. (1991). Firm resources and sustained competitive advantage. Journal of Management, 17(1), 99-120. Boehe, D. M., Larentis, F., Toni, D. D., & Mattia, A. Á. (2011). Papel das relações interorganizacionais e da capacidade de inovação na propensão para exportar. Revista Eletrônica de Administração, 17(1), 86-116. Castaño, M. S., Méndez, M. T., & Galindo, M. Á. (2015). Innovation, internationalization and business-growth expectations among entrepreneurs in the services sector. Journal of Business Research, 69(1), 1690-1695.