Resumo

Título do Artigo

A POLÍTICA JÁ USA MESMO BATOM? UM ESTUDO SOBRE PODER, GÊNERO E LEGITIMIDADE A PARTIR DA POSSIBILIDADE DE EXISTÊNCIA DO FENÔMENO DO TETO DE VIDRO NA POLÍTICA BRASILEIRA
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Palavras Chave

Poder
Gênero
Política

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Rosiane Alves Palacios
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Santana do Livramento-RS
2 - Carolina Freddo Fleck
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA - UNIPAMPA (UNIPAMPA) - Campus Santana do Livramento

Reumo

Em nosso país, as mulheres trabalham, votam, se associam, se sindicalizam e exercem mais direitos, porém, em muitas áreas, muitas das quais dizem respeito ao trabalho, ainda há que se problematizar a participação feminina, como é o caso da política. Conforme relata Perrot (1988) existe na sociedade, o pensamento de que a política é uma ciência a qual a participação não compete ao gênero feminino, e que as mulheres que se inserem no meio político não estão em seu devido lugar. Esta ideia não é exclusividade de indivíduos do sexo masculino, mas sim de indivíduos de ambos os sexos.
Este trabalho se propõe a investigar como, na percepção de representantes políticas do gênero feminino, o fato de ser governante mulher pode pesar no transcorrer de seus mandatos. Propondo traçar um argumento conjunto entre o fenômeno do Teto de Vidro e a Teoria Weberiana da Legitimidade do Poder a partir da análise da possibilidade de percepção de legitimidade nos mandatos de mulheres que exerçam cargos de representação política no Brasil bem como a concepção das representantes políticas sobre o tema.
2 GLASS CEILING PHENOMENON OU FENÔMENO DO TETO DE VIDRO 2.1 O TETO DE VIDRO EM ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS 3 PODER E DOMINAÇÃO CONFORME A TEORIA WEBERIANA
O presente estudo se caracterizou como qualitativo, sendo de caráter descritivo-exploratório. O trabalho foi desenvolvido sob a forma de um estudo narrativo. A técnica de coletas de dados utilizada foi o formulário online auto-administrado enviado para mulheres que ocupem cargos de representação política no país. Para a análise dos dados utilizou-se a análise do discurso. Foram encaminhados para os e-mails institucionais de todas as senadoras e deputadas federais em exercício da 55ª legislatura e para todas as deputadas estaduais da 54ª legislatura do estado do Rio Grande do Sul.
Mesmo com os avanços já obtidos em termos de direitos e de representatividade, há a possibilidade de retrocessos na contra mão dos poucos avanços logrados pois, os índices de participação feminina na política brasileira que já eram baixos declinaram após o Impeachment da presidente Dilma e após as últimas eleições municipais onde um número ínfimo de mulher se elegeu. As políticas parecem ter ciência da importância de associar-se as as demais colegas mulheres independente de posição partidária para pleitear força política.
Em quaisquer esferas, o percentual de representantes políticas no Brasil é baixo e não ultrapassa 17%. Embora tenham logrado avanços, as mulheres ainda encontram resistências de partido, dos colegas homens ou da sociedade que por vezes desqualificam os discursos femininos e ainda entendem a política como um local masculino porém, apesar da presença do sexismo, as representantes são unânimes em afirmar que se sentem se bem no meio político apesar de todo o cenário negativo e da falta e da falta humanização no ambiente de trabalho. Frisam que lhes é permitido participar, mas não comandar.
MORRISON, Ann M. and GLINOW, Mary Ann Von.Women and Minorities in Management.American Psychologist.The American Psychological Association.Vol. 45.n.2. p.200-2008, February 1990. STEIL, Andréa Valéria. Organizações, gênero e posição hierárquica — compreendendo o fenômeno do teto de vidro. Revista de Administração. São Paulo. v.32, n.3, p.62-69, julho/setembro 1997 WEBER, Max. Economia e Sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Trad de Regis Barbosa e Karen Elsaben Barbosa; ver. Tec. De Gabriel Cohn. 4ª edição. 3ª reimpressão . Editora Universidade de Brasília. Brasília-DF. 2012.