Resumo

Título do Artigo

O Movimento Empresa Júnior e a Formação de Jovens Empreendedores: Um Estudo Comparativo Entre Brasil e França
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Palavras Chave

Empresa Júnior
Empreendedorismo Universitário
Movimento Empresa Júnior

Área

Empreendedorismo

Tema

A figura do Empreendedor: Perfil, Personalidade, Comportamento e Competências

Autores

Nome
1 - Ana Luisa Monteiro Laginha
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA USP

Reumo

Vem se ampliando no contexto do ensino superior brasileiro o espaço para a inserção do aprendizado que supere o conhecimento puramente teórico. O presente estudo aborda, em específico, o papel exercido pelas Empresas Juniores (EJs), união de alunos matriculados em cursos de graduação organizados em uma associação civil sem fins lucrativos, ao estender aos jovens universitários a oportunidade de atuar em um laboratório que viabiliza a solidificação do conhecimento adquirido na academia e fomenta competências empreendedoras, tais como inovação, criatividade, iniciativa e independência.
O presente projeto possui como cerne de sua questão de pesquisa, identificar como EJs brasileiras e francesas potencializam o empreendedorismo no contexto universitário, uma vez que tratam-se de países expoentes em relação ao Movimento EJ, sendo o primeiro aquele com sua maior difusão e o segundo aquele em que foi originado o conceito, em 1967. Buscam-se compreender os mecanismos utilizados pelas Confederações Nacionais de EJs para o estímulo ao empreendedorismo, assim como, por meio de uma análise comparativa entre o Brasil e França, investigar as práticas adotadas por EJs de referência.
Para a compreensão das potencialidades da Empresa Júnior foi empreendida a priori uma análise retrospectiva do histórico deste movimento com vistas a esclarecer seu propósito e origem. Desenvolve-se, ainda, estudo relativo ao conceito de empreendedor, aqui entendido como aquele capaz de gerar resultados de grande impacto e abrangência na sociedade por meio de aprofundada habilidade em gestão e elevado senso de responsabilidade (BRASIL JÚNIOR 2013) e cujas competências empreendedoras como iniciativa, inovação, independência e confiança podem ser ensinadas, aprendidas e incentivadas.
Por meio de um estudo de caso múltiplo e análise documental, o projeto investigou os mecanismos utilizados pelas Confederações Nacionais e por EJs de destaque para o desenvolvimento de competências empreendedoras. Foram realizados estudos de casos com EJs expoentes em seus países (selecionadas com base em premiações nacionais e continentais), os quais foram conduzido por meio de entrevistas em profundidade com membros responsáveis pela liderança de 3 Confederações e 8 EJs, totalizando 41 entrevistados. Complementarmente, foram analisados documentos internos referentes à temática.
Os relatos coletados no presente estudo permitiram a construção de um debate relativo às principais tendências identificadas no Movimento Empresa Júnior no Brasil e na França, identificando práticas, diretrizes estratégicas e estruturas organizacionais que impulsionam a formação empreendedora dos jovens universitários. O estímulo a maior inovação e criatividade nas atividades da EJ figuram como recomendações centrais, permitindo que o aprendizado gerencial se consolide como experiência empreendedora.
O presente estudo propicia a compreensão dos mecanismos utilizados pelas confederações e por EJs de destaque para o desenvolvimento de competências empreendedoras na universidade. Espera-se, deste modo, que a pesquisa contribua para o aprendizado das empresas juniores por meio do contato com práticas de referências no contexto nacional e internacional e que corrobore a consolidação do posicionamento do Movimento Empresa Júnior como potencializador do empreendedorismo universitário, ampliando seu reconhecimento perante a sociedade, organizações governamentais e a comunidade acadêmica.
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