Resumo

Título do Artigo

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: uma investigação multivariada entre docentes de uma universidade federal da Região Norte do Brasil.
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Palavras Chave

Trabalho docente
Ambiente de trabalho
Gestão de pessoas

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Gestão de Pessoas e de Equipes

Autores

Nome
1 - Carlos André Corrêa de Mattos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Faculdade de Administração
2 - Vânia Braga Damasceno
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - Campus Belém
3 - Merabe Carvalho Ferreira da Gama
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (UFPA) - FABIB / ICSA
4 - CÁSSIO DOS SANTOS SIMÃO
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA (UNAMA) - Alcindo Cacela
5 - Nilson Luiz Costa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Campus Palmeira das Missões

Reumo

A docência é uma atividade com elevado risco à saúde (OIT, 1981). Na perspectiva organizacional, o adoecimento docente agrava problemas como absenteísmo, produtividade, turnover, qualidade do ensino, entre outros. Os efeitos dessas situações são evidentes, pois resultam na necessidade de substituir os docentes. Diehl e Marin (2016) reforçam o interesse científico sobre as condições de trabalho dos docentes e destacam que as investigações assumiram características multidisciplinares e, em face das diferentes perspectivas destacam-se os estudos com foco na Qualidade de Vida no Trabalho.
Desta forma, considerando as condições de trabalho dos docentes de universidades federais brasileiras e a relevância dessas instituições para o desenvolvimento econômico nacional, esse estudo assumiu como objetivo analisar as características da qualidade de vida no trabalho, segundo as avaliações dos docentes da Universidade Federal do Pará (UFPA), concentrando-se, para tal, em responder ao questionamento: quais fatores influenciam na qualidade de vida no trabalho dos docentes e como esses profissionais podem ser classificados com relação a esses fatores na instituição?
Limongi-França (2004), conceitua QVT como uma prática baseada em um conjunto de ações desenvolvidas pelas organizações, com a finalidade de proporcionar melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais, que contribuam para o aperfeiçoamento do ambiente de trabalho. As ações de QVT culminariam com a negação dos métodos tayloristas de produção, pois têm como características principais a humanização do trabalho e a crença de que o rendimento dos trabalhadores aumenta na medida em que melhoram o bem-estar e a integração ao ambiente organizacional em uma dimensão biopsicosocial.
A investigação foi feita na Universidade Federal do Pará, Brasil. A amostra foi não probabilística por acessibilidade e obteve 100 entrevistas válidas, que responderam ao questionário de pesquisa. O tratamento de dados foi quantitativo e utilizou estatística descritiva, multivariada e inferencial. As técnicas descritivas contribuíram para a compreensão inicial do fenômeno. As técnicas multivariadas foram a análise fatorial exploratória (AFE) e a análise de agrupamentos (AA) que foram selecionadas por sua adequação ao objetivo da investigação.
Os resultados revelaram cinco fatores, que explicaram 70,44% da variância dos dados e foram denominados como Relações Interpessoais (17,90%), Jornada de trabalho (16,46%), Reconhecimento (13,98%), Independência (12,24%) e Carreira (6,86%). Os docentes foram classificados em dois grupos com quantitativos semelhantes, um com 48% dos entrevistados levemente insatisfeitos com a QVT e outro com 52% deles levemente satisfeitos. Realização pessoal, autonomia e segurança da profissão foram os melhores elementos da relação laboral, já os aspectos salariais e de instalações físicas, os piores.
As avaliações dos docentes se dividiram, o que recomenda o aprofundamento da investigação e reforça a necessidade de ações para a QVT. No que se refere à realização com o trabalho, segurança e estabilidade, foram obtidas respostas mais favoráveis. As respostas intermediárias ocorreram em relação a carreira, capacitação e o tempo despendido na Instituição, estes pontos merecem ajustes por parte da Instituição. Quanto aos aspectos que mostraram insatisfação posicionaram-se a infraestrutura e o excesso de trabalho, que, por serem mais prejudiciais, devem ser objeto de ação institucional
DIEHL, L.; MARIN, A.H. Adoecimento mental entre professores brasileiros: revisão sistemática da literatura. Estudos Interdisciplinares em Psicologia, Londrina, v. 7, n. 2, p. 64-85, dez. 2016. ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO. Empleo y Condiciones de trabajo del personal docente. Genebra, 1981. LIMONGI-FRANÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho: conceitos e práticas na sociedade pós-industrial. São Paulo; Atlas, 2004.