Conhecimento tácito
Disseminação de conhecimento
Conhecimento organizacional
Área
Gestão da Inovação
Tema
Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia
Autores
Nome
1 - Renata de Almeida Vianna Gava UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP) - Curso de Gestão de Recursos Humanos
2 - Márcio Shoiti Kuniyoshi UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP) - Programa de Pós-graduação em Administração
3 - Marcos Antonio Gaspar UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Programa de Pós-graduação em Informática e Gestão do Conhecimento
4 - Ruggero Ruggieri UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGI
Reumo
Brito et al. (2012) asseveram que o conhecimento organizacional tornou-se fonte de valor e criador de diferenciais competitivos à medida que proporciona inovação. O conhecimento reconhecido como recurso valioso teve impulso a partir do advento da visão baseada no conhecimento (KBV – knowledge based view) proposta por Eisenhardt e Santos (2002). No entanto, conforme argumenta Choo (2006, p. 193), há de se ressaltar que “o conhecimento tácito é difícil de transferir ou verbalizar, em parte porque não pode ser decomposto em regras e elementos”.
A questão-problema desta pesquisa é assim apresentada: Quais são as principais práticas utilizadas para a disseminação do conhecimento tácito no desenvolvimento de produtos?
Em consequência, o objetivo desta pesquisa é identificar as principais práticas utilizadas para a disseminação do conhecimento tácito no desenvolvimento de produtos.
A base teórica para o desenvolvimento do presente estudo tomou como pilares autores tais como Davenport e Prusak (1998) a respeito da importância do conhecimento organizacional; Eisenhardt e Santos (2002) relativamente ao conhecimento como recurso organizacional que pode proporcionar vantagens competitivas; Choo (2006) sobre o conhecimento tácito existente na organização; Nonaka e Takeuchi (1997) quanto à espiral de conversão de conhecimentos na empresa e ainda Kuniyoshi et al. (2013), que apregoam ser a empresa um sistema de conhecimentos compartilhados.
Esta é uma pesquisa descritiva qualitativa executada por meio de estudos de caso. A pesquisa foi realizada em duas empresas automobilísticas da Região do ABC, nas quais funcionários responderam à entrevista com roteiro semiestruturado. Assim, foram realizadas entrevistas com gestores de funcionários da área de desenvolvimento de produtos. O roteiro de entrevistas foi composto por: a) Perfil da empresa e do respondente, b) Identificação das práticas utilizadas para a disseminação do conhecimento tácito e c) Identificação das contribuições das práticas de disseminação do conhecimento tácito.
As principais práticas verificadas nas duas empresas para a disseminação do conhecimento tácito foram bastante similares, possivelmente em razão de ambas atuarem no setor automobilístico. A empresa Alpha dispõe de cursos de especialização, cursos regulares, conversas informais, knowledge cafés, socialização de indivíduos, sessões de brainstorming e lições aprendidas. Já a empresa Beta desenvolve o PDI (plano de desenvolvimento individual), cursos de especialização, cursos regulares, conversas informais, knowledge cafés, socialização de indivíduos e sessões de brainstorming.
Ambas as empresas analisadas desenvolveram práticas diversas relativas à estimulação da criação e disseminação do conhecimento tácito, embora a operacionalização destas tenha assumido características distintas em cada uma delas. As práticas de criação e disseminação de conhecimento tácito verificadas foram o incentivo a cursos regulares e de especialização, socialização de indivíduos por meio de reuniões periódicas e conversas informais constantes, grupos de estudo, brainstorming, lições aprendidas, knowledge cafes e conversas informais entre os colaboradores.
CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. 2 ed. São Paulo: Senac SP, 2006.
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento empresarial: como as organizações diferenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998.
EISENHARDT, K. M.; SANTOS, F. M. Knowledge-based view of the firm: a new theory of strategy? In: PETIGREW. A.; THOMAS, H.; WHITTINGTON, R. (Eds.). Handbook of Strategy and Management. New York: Sage, 2006.