Resumo

Título do Artigo

EFEITOS DA EDUCAÇÃO SOBRE A RENDA
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Palavras Chave

Educação
Renda
Desigualdade

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Carreiras e Competências

Autores

Nome
1 - KALU SORAIA SCHWAAB
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - PPGA
2 - Paulo Sergio Ceretta
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - adm
3 - Vanessa Rabelo Dutra
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA (UFSM) - Programa de pós-graduação em administração

Reumo

Nas últimas décadas o Brasil experimentou mudanças socioeconômicas, advindas de transformações no mercado de trabalho e no campo econômico, com mudanças positivas em indicadores sociais. No entanto, as desigualdades de renda continuam presentes no Brasil. Evidências empíricas sugerem que a educação é a variável de maior poder explicativo para a desigualdade brasileira. Os efeitos da educação sobre a renda e, em especial, a estimação dos diferenciais de rendimentos associados à escolaridade, têm sido abordados em muitos estudos empíricos realizados nas últimas décadas (HOUT, 2012).
Embora retornos positivos à educação tenham sido constantemente observados nos estudos empíricos em todos os níveis de escolaridade, a questão sobre quais os mecanismos causais subjacentes a estes retornos e a magnitude de cada um deles ainda está em debate na academia. As teorias que têm predominado com explicações prevalecentes são a do capital humano, capital cultural e de sorting. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar os efeitos da educação sobre os rendimentos médios da população brasileira, verificando possíveis desigualdades de rendimentos nas cinco regiões geográficas do país.
Neste artigo realiza-se uma revisão empírica dos estudos realizados no Brasil e em outros países sobre a influência da educação na renda e distribuição de rendimentos.
Neste estudo utilizaram-se os microdados da PNAD de 2014 para estimar equações de rendimentos. Como variável explicativa da produtividade do trabalhador (renda média) destaca-se a educação, medida em anos de estudo, e a idade como tempo de experiência acumulada ao longo da vida. Algumas variáveis dummies são utilizadas neste estudo de maneira a controlar outros fatores que, apesar de serem não produtivos, também afetam a renda do trabalhador, a destacar: a região geográfica de residência, gênero, autodeclaração de cor/raça e setor de atuação.
A discussão dos resultados está dividida em duas etapas: (i) desigualdade de renda e (ii) impactos da educação. Na primeira, observou-se desigualdade regional de rendimento e discriminação salarial de gênero e de raça. Na segunda etapa, os resultados indicam que um ano a mais de estudo origina incremento na renda média mensal. Esses resultados são afins aos encontrados previamente na literatura, tendo como diferencial o fato de que o impacto da educação varia dependendo da região do Brasil.Observou-se ainda que a renda média do trabalhador do setor público é maior do que da iniciativa privada.
Constata-se a importância da educação para a melhoria dos rendimentos médios dos trabalhadores em geral, porém percebe-se desigualdade de rendimentos conforme a região, gênero, cor/raça e setor de atuação profissional, identificando-se a presença de discriminação, tanto racial, quanto de gênero no mercado de trabalho brasileiro. Os resultados deste estudo têm implicações políticas, ao esclarecer, além destes aspectos, os diferentes impactos da educação entre as regiões do país sobre a desigualdade de renda.
Arrow, K. J. (1973). Higher education as a filter. Journal of Public Economics, 2, 193-216. Hout, M. (2012). Social and economic returns to college education in the United States. Annual Review of Sociology, 38, 379–400. Rodríguez-Pose, A. & Tselios, V. (2009). Education and income inequality in the regions of the european union. Journal of Regional Science, vol. 49, no. 3, pp. 411–437. Salardi, P. (2014). The Evolution of Gender and Racial Occupational Segregation Across Formal and Non‐Formal Labor Markets in Brazil, 1987 to 2006. The Review of Income and Wealth, 62(1), S68–S89.