Resumo

Título do Artigo

INSTRUMENTALIZAÇÃO DA AUTONOMIA NO TRABALHO: CONTRIBUIÇÕES E REFLEXÕES
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Palavras Chave

Autonomia
Instrumentos
Escalas

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa

Autores

Nome
1 - Vera Lúcia da Conceição Neto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Administração
2 - Guilherme Lima Moura
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - DCA

Reumo

No século XXI, a autonomia assume um lugar de proeminência e de apogeu nas organizações. Na prática cotidiana, a autonomia no trabalho se refere à flexibilidade de horário, à liberdade para decidir quando sair de licença, à liberdade nos momentos de intervalos, à influência sobre a ordem das tarefas, influência sobre os métodos de trabalho e influência sobre o ritmo de trabalho. Na maioria das publicações sobre autonomia predomina uma abordagem quantitativa que se detém em mensuração de traços, comportamentos, necessidades e validação de escalas.
Este estudo teve como propósito responder a seguinte questão: quais são os instrumentos e as escalas de mensuração da autonomia no trabalho que se encontram na literatura organizacional? O percurso da investigação focalizou o seguinte objetivo: identificar os instrumentos e as escalas de mensuração da autonomia no trabalho, analisando os referenciais e modelos que se encontram na literatura organizacional.
Desde o movimento de relações humanas (1930 a 1950) que a autonomia esteve associada à satisfação no trabalho, foi mensurada por meio de questionários (HACKMAN; LAWLER, 1971; HACKMAN et al., 1974, 1975; HACKMAN; OLDHAM, 1974, 1975, 1976; HACKMAN, 1980; SIMS; SZILAGYI; KELLER, 1976) e escalas (BREAUGH, 1985, 1989, 1999; BREAUGH; BECKER, 1987; JACKSON et al., 1993) que continuam sendo aperfeiçoados ao longo do tempo (MORGESON; HUMPHREY, 2006; LUMPKIN; COGLISER; SCHNEIDER, 2009; SEKHAR, 2011).
O presente trabalho trata de uma pesquisa bibliográfica sobre os instrumentos e as escalas que abordam o construto da autonomia no trabalho, enfocando desde os conceitos seminais até os atuais, os principais autores e as particularidades que fundamentaram a elaboração e validação das ferramentas de mensuração. O levantamento servirá de base para todas as pessoas interessadas em compreender sobre o construto, de forma que poderão utilizar os instrumentos e as escalas tanto nas pesquisas acadêmicas quanto na gestão organizacional.
Seguindo a ordem cronológica, a coletânea contempla uma síntese dos instrumentos: Requisite Task Attribute Index, Yale Job Inventory (YJI), Job Diagnostic Survey (JDS), Job Characteristic Inventory (JCI), Work Design Questionnaire (WDQ), etc. E das escalas: grupos de trabalho, autonomia dos atores organizacionais, controle do trabalho, multidimensional de autonomia nos grupos, autoridade de decisão, mensuração de ações coletivas e avaliação das equipes, orientação empreendedora e correlação da autonomia com os resultados do trabalho.
Conclui-se que os instrumentos e as escalas trataram a autonomia inicialmente como um construto unidimensional passando a ser tratada como um conceito multidimensional, envolvendo a qualidade de vida, o empreendedorismo, o clima de trabalho, a tecnologia, entre outros. Esse achado se caracteriza como uma contribuição da presente pesquisa bibliográfica para os estudos organizacionais. Por fim, sugere-se como futuros trabalhos, a tradução e validação de alguns instrumentos e escalas para a utilização em organizações brasileiras.
BREAUGH, J. The measurement of work autonomy. Human Relations, v. 38, n. 6, p. 551-570, 1985. HACKMAN, J. R. Work redesign and motivation. Copyright 1980 by the American Psychological Association. Professional Psychology, v. 11, n. 3, p. 445-455, June 1980. HACKMAN, J. R.; LAWLER, E. E. Employee reactions to job characteristics. Journal of Applied Psychology, Dordrecht, v. 55, n. 3, p. 259-286, June 1971. TROUGAKOS, J. P. et al. Lunch breaks unpacked: the role of autonomy as a moderator of recovery during lunch. Academy of Management Journal, v. 57, n. 2, p. 405-421, Apr. 2014.