Resumo

Título do Artigo

PRÁTICAS ORGANIZATIVAS COMO FORMA DE RESISTÊNCIA: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A BANDA “O TEATRO MÁGICO”
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Palavras Chave

Resistência
Racionalidades
Mercado Fonográfico

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - Alan Salgueiro de Souza
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Nova Iguaçu
2 - Leonardo Vasconcelos Cavalier Darbilly
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Nova Iguaçu
3 - Gabriela Izabel de Alvarenga
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ) - Multicampi

Reumo

Nas últimas décadas, o mercado fonográfico foi submetido a significativas mudanças. Este nicho, dominado pelas quatro principais gravadoras do mundo sofreu grande retração no fim da década de 90. O avanço da tecnologia e a pirataria são apontados como causadores dessa queda. Neste cenário de constantes mudanças, novos atores passam a interagir neste mercado, utilizando formas de produzir conteúdo através da internet. Neste contexto, entendemos que as organizações que destoam do modelo hegemônico, podem apresentar práticas de resistência ao modelo dominante proposto pelas grandes gravadoras.
Tomando como base o conjunto musical paulista O Teatro Mágico como referência de modelo alternativo de organização, o objetivo do estudo é identificar quais as principais práticas de resistência a banda utiliza, em contrariedade ao modelo hegemônico do mercado fonográfico, promovido pelas grandes organizações.
O estudo busca evidenciar características comuns em organizações que adotam práticas alternativas de gestão e as compara com características representativas no modelo hegemônico de organização. Para isso, se utiliza da análise das racionalidades instrumental e substantiva quanto à finalidade da existência dessas organizações. Para isso, se baseará em autores que abordam o assunto, como (DE MARCHI, 2006; MISOCZKY, 2012; SERVA 1997; ZILIO e ET ALL, 2010).
Realizou-se uma pesquisa qualitativa, adotando-se o método de estudo de caso. Coletaram-se dados através das principais redes sociais da banda. Além disso, ocorreu a realização de entrevista semiestruturada realizada virtualmente. O entrevistado foi o produtor executivo do Teatro Mágico, Gustavo Anitelli. Para a análise utilizou-se a técnica de análise de conteúdo.
Na análise dos dados foi possível identificar através das informações coletadas e da fala do entrevistado que o Teatro Mágico enquadra-se como organização contra hegemônica, por adotar práticas de resistência que vão de encontro aos utilizados pelas grandes gravadoras, tais como: a disponibilização de todo seu conteúdo musical para download, a posição contrária à criminalização da pirataria e o debate em relação a democratização das meios de comunicação de massa, entre outros. Porém, nota-se que O Teatro Mágico também possui um viés de mercado e não se guia unicamente por valores subjetivos.
Parece ser possível afirmar que a lógica de mercado ainda é a forma hegemônica de se organizar no mercado fonográfico. Porém, há incidência cada vez maior de atores que utilizam de formas alternativas de gestão, que podem ser entendidas como práticas de resistência, como as exercidas pela banda O Teatro Mágico. Ainda assim, entende-se que é extremamente difícil que essas organizações de resistência guiem-se inteiramente por valores subjetivos, uma vez que acabam reproduzindo algumas práticas das organizações hegemônicas, como percebemos nesta pesquisa quanto ao Teatro Mágico.
ANITELLI, Fernando. Entrevista: O Teatro Mágico. Disponível em http://poashow.com.br/2012/06/08/12047/. 2012. Acesso em Novembro de 2016. MISOCZKY, Maria Ceci; FLORES, Rafael Kruter; BÖHM, Steffen. A Práxis da Resistência e a Hegemonia da Organização. O&S – v.15 – n.45 – Abril/Junho – 2008. SERVA Maurício. A racionalidade substantiva demonstrada na prática administrativa. RAE – Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.37, n.2, p.18-30. Abr/Jun. 1997