Resumo

Título do Artigo

ESTABILIDADE DO COEFICIENTE BETA E GRAU DE GOVERNANÇA CORPORATIVA. UM ESTUDO COM EMPRESAS BRASILEIRAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA NO PERÍODO DE 2005 A 2013
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Palavras Chave

estabilidade do coeficiente beta
governança corporativa
gestão de risco

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Renato Botelho Junqueira de Andrade
FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS (FACAMP) - Campinas
2 - Eduardo Pozzi Lucchesi
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Mestrado Profissional

Reumo

Para que as estimativas de valor produzidas pela metodologia do fluxo de caixa descontado sejam válidas é preciso que as variáveis utilizadas na determinação do custo médio ponderado de capital apresentem certa estabilidade. Essa premissa traz uma implicação importante para a estimativa do custo do capital próprio quando ela é realizada por meio da utilização do Capital Asset Pricing Model. Nesse caso a implicação básica é que o coeficiente beta, que em última análise captura o risco sistemático da empresa, deveria ser estável ao longo do tempo.
Considerando a premissa de que empresas que adotam práticas que aumentam o grau de transparência, com divulgação de maior volume de informações e ampliação dos direitos societários dos acionistas minoritários apresentam um risco sistemático mais estável e, portanto, mais previsível, neste artigo o objetivo é avaliar a existência de uma relação diretamente proporcional entre a estabilidade do risco sistemático de uma carteira de ações, medido através de seu coeficiente beta, e o nível de governança corporativa das empresas que compõem estas carteiras.
O referencial teórico inicia com uma discussão sobre governança corporativa e continua bom a apresentação de diversos estudos que procuraram verificar se o coeficiente beta é estável ao longo do tempo. Dentre os principais trabalhos que versam sobre o tema, ressaltam-se os estudos de Levy (1974), Fabozzi e Francis (1977), Fabozzi e Francis (1978), Clinebell, Squires e Stevens (1993), Odabasi (2000) e Ekholm e Wilhelmsson (2004) no mercado internacional e Carareto (2004), Lima, Laurini e Minardi (2009) e Tafarel, Clemente e Panhoca (2010) no mercado brasileiro.
Os betas das carteiras foram estimados com base no modelo de mercado (market model) o qual considera o retorno logarítmico das carteiras como variável dependente e o retorno logarítmico da carteira do Ibovespa como variável independente, além de variáveis dummy aditivas e multiplicativas. As variáveis aditivas têm o objetivo de avaliar alterações no intercepto da regressão e as variáveis multiplicativas tem o objetivo de avaliar possíveis alterações nos Betas para os diferentes períodos analisados.
Foram obtidos resultados significantes para a alteração do beta na Carteira Nível 1 (CN1) para os períodos de 2012 e 2013, e na Carteira Novo Mercado (CNM), para os períodos de 2011 e 2012, indicando uma menor estabilidade do Beta na CNM, seguido pela CN1 e sem alterações significantes no beta para a CTR e para a CN2, o que não confirma a relação direta entre governança corporativa e estabilidade do beta.
Os resultados não confirmaram a ideia de que carteiras compostas por ativos com maior nível de governança corporativa tem o beta mais estável dentro do período analisado. A carteira composta de ações listadas no Novo Mercado (CNM), que é a carteira composta por ativos com maior nível de governança corporativa foi aquela que apresentou o beta menos estável dentre todas as carteiras analisadas.
CLINEBELL, J. M.; SQUIRES, J. R.; STEVENS, J. L. Investment performance over bull and bear markets: Fabozzi and Francis revisited. Quarterly Journal of Business and Economics, Lincoln, v. 32, n. 4, p. 14-25, Autumn, 1993. FABOZZI, F. J.; FRANCIS, J. C. Stability Tests for Alphas and Betas over bull and bear markets conditions. Journal of Finance, Malden, v. 32, n. 4, p. 1093-1099, Sep. 1977. TAFAREL, M.; CLEMENTE, A.; PANHOCA, L. Estabilidade do coeficiente beta do setor de energia elétrica. BASE-Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, São Leopoldo, v. 7, n. 3, p. 194-207, jul./s