Resumo

Título do Artigo

RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA E ALIANÇAS ESTRATÉGICAS: TEORIA E PRÁTICA
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Colaboração
Empresas multinacionais
Visão Baseada em Recursos

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Responsabilidade Social Corporativa (RSC)

Autores

Nome
1 - Fernanda Haskel
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
2 - Mary Fernanda de Sousa de Melo
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica
3 - Vanessa Lacerda Medeiros
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - FEA
4 - Roberta de Castro Souza Pião
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Escola Politécnica

Reumo

A responsabilidade social corporativa (RSC) deve ser vista cada vez mais de forma estratégica, como fonte para a geração de valor compartilhado. Observa-se que abordagens colaborativas são mais adequadas para lidar com as questões complexas de RSC, o que leva as organizações a se reunirem para desenvolver recursos e capacidades conjuntas. Assim, as ações de RSC de empresas multinacionais (EMN), em parceria com stakeholders, podem auxiliar na construção de redes de relações mais amplas e profundas, o que facilita a troca de conhecimento e promove geração de valor.
O alinhamento do interesse das partes é considerado fator crucial para o sucesso de relações de parcerias estratégicas. Contudo, nessas redes, os diferentes atores possuem percepções diversas a respeito das relações nas quais estão envolvidos e, com isso, surge o questionamento: qual a percepção das relações de parceria entre diferentes stakeholders em projetos de RSC? Dessa forma, o objetivo geral desta pesquisa é analisar as parcerias entre multinacionais e seus stakeholders na elaboração e desenvolvimento de projetos socioambientais.
Diferentes estágios de colaboração podem ser identificados na formação de alianças estratégicas entre os stakeholders (AUSTIN; SEITANIDI, 2012). Ao se utilizar a expertise de apenas uma das partes, o desenvolvimento de ações efetivas de RSC é limitado (HUSTED; SOUSA-FILHO, 2016), prejudicando a geração de valor compartilhado e deixando de potencializar ganhos ao longo da cadeia (PORTER; KRAMER, 2006). Destaca-se, portanto, a atuação das EMN como indutoras de valor compartilhado, estimulando relações de ganha-ganha entre as partes.
A pesquisa foi delineada por meio de uma abordagem qualitativa, utilizando múltiplas fontes de dados como: relatórios anuais e de sustentabilidade das multinacionais escolhidas, disponíveis na internet; websites, tanto das empresas, quanto dos stakeholders participantes; vídeos e notícias a respeito dos seis projetos estudados e, em especial, entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados foi feita por meio da análise do discurso, comparando resultados empíricos, intra e inter casos.
Os casos foram classificados entre os níveis transacionais e integrativos, mostrando que as empresas têm considerado as ações de RSC de maneira mais estratégica. Identificou-se que quanto mais alinhadas as organizações, de forma que cada uma esteja atuando de acordo com sua missão, complementando a relação com a expertise das partes, maior a percepção de sucesso da parceria. A complementariedade dos parceiros por meio do compartilhamento de recursos tangíveis e intangíveis foi citada na maioria dos casos estudados, configurando-se como uma base relevante para o sucesso da parceria.
A contribuição teórica se dá ao discutir um tema atual (RSC) com uma teoria consolidada (Visão Baseada em Recursos), corroborando os estudos que a colocam como principal base teórica na discussão de alianças estratégicas. Em complemento tem-se as proposições de base teórico-empírica. A contribuição empírica se dá pela descrição da atuação das partes de uma relação, das barreiras e fatores que permitem que aconteça uma parceria de sucesso, auxiliando os gestores na escolha dos parceiros, a fim de antecipar possíveis problemas com comunicação e diferenças entre culturas organizacionais.
AUSTIN, J. E.; SEITANIDI, M. M. Collaborative value creation: A review of partnering between nonprofits and businesses. Part 2: Partnership processes and outcomes. Nonprof Volunt Sec Q, v. 41, n. 6, p. 929–968, 2012. HUSTED, B. W.; SOUSA-FILHO, J. M. DE. The impact of sustainability governance, country stakeholder orientation, and country risk on environmental, social, and governance performance. J Clean Prod., n. October, 2016. PORTER, M. E.; KRAMER, M. R. The link between competitive advantage and corporate social responsibility. Harvard Bus Rev, v. 84, n. 12, p. 78–92, 2006.