Resumo

Título do Artigo

IMPACTO DA OBSERVAÇÃO E HONRA NA DESONESTIDADE DAS PESSOAS
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Palavras Chave

Desonestidade
Cultura de honestidade
Incentivos morais

Área

Marketing e Comportamento do Consumidor

Tema

Experimentos

Autores

Nome
1 - Cleiton Rodrigo Arnhold
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL (IFRS) - Feliz
2 - Andriele Nahara Muller
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL (IFRS) - Campus Feliz
3 - George Alba
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL (IFRS) - Campus Feliz

Reumo

Lucas vive em uma cidade de raízes europeias e acredita que as pessoas da sua região são mais honestas que no restante do país. Recentemente, ele foi fazer compras de escritório em uma loja da sua cidade. Ele faz o pagamento com uma nota de cem reais e recebe troco. Ao fazer a contagem, ele percebe que recebeu troco a mais do que deveria. Qual a probabilidade de Lucas devolver esse dinheiro extra? E se ele tivesse a sensação de estar sendo observado? E se ele se lembrasse do código de honra da cidade?
O objetivo do trabalho está alinhado com as descobertas de Bateson, Nettle e Roberts (2006) sobre senso de observação e Ariely (2012) sobre códigos de honra e possibilidade de trapaça.
Segundo Hornuf, Tafurt e Ariely (2016) existe pouca variação na desonestidade generalizada entre os países. Nesse estudo, realizado com alunos de ensino superior de cinco países com economia e cultura ligeiramente distintos, (Alemanha, Estados Unidos, Portugal, China e Colômbia), identificaram que indivíduos de cinco países que variavam consideravelmente em seus níveis de corrupção e valores culturais eram igualmente desonestos em uma tarefa descontextualizada que permitia trapacear.
O primeiro estudou analisou a atitude de trapacear das pessoas ao participarem de uma olimpíada de matemática regional “fictícia”, onde os participantes eram convidados a participar da competição através de exercícios matemáticos. No segundo experimento, os clientes entravam na loja, escolhiam seus produtos e se dirigiam ao caixa para realizar o pagamento. Quando efetuavam o pagamento em dinheiro, o atendente recebia o valor, emitia a nota fiscal e a entregava ao cliente junto do troco excedente de R$ 2,00. Verificava-se a sua reação e analisava-a conforme o estímulo recebido (social e moral)
Uma análise de variância (ANOVA) nesses resultados produziu variação significativa entre as condições, F (2,429)=7,06, p <0,01. Um teste post hoc mostrou que o grupo trapaça e grupo controle diferiram de forma significativa em p <0,05; O grupo do código de honra não foi significativamente diferente dos outros dois grupos. Ao comparada com a condição de controle, apresentou significância estatística, conforme modelo: [X²(3) = 9,416; p < 0,05, R² Negelkerke = 0,186]. A presença deste estímulo foi um preditor significativo (OR = 6,537; IC 95% = 1,182 – 36,140).
Após a análise dos dados, é possível afirmar que a presença da possibilidade de trapaça fez com que as pessoas tomam uma atitude mais desonesta, como foi possível perceber na variação da média de acertos das matrizes entre os grupos do experimento. Assim como no experimento original de Ariely (2012), as pessoas do grupo com possibilidade de trapaça apresentaram uma média de acerto 39% superior ao grupo de controle (que não tinham possibilidade de trapaça).
ARIELY, Dan. A mais pura verdade sobre a desonestidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. MAZAR, N., ARIELY, D. Dishonesty in everyday life and its policy implications. Journal of Public & Marketing 25, 117–126, 2006. MAZAR, N.; ON, A.; and ARIELY, D. The Dishonesty of Honest People: A Theory of Self-Concept Maintenance, Journal of Marketing Research, 2008.