Resumo

Título do Artigo

BLOCKCHAIN COMO UM FATOR DE MUDANÇA NA COMPETIÇÃO E NO ARRANJO ECONÔMICO DE OPORTUNIDADES.
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Palavras Chave

Blockchain
Empreendedorismo
Estratégia

Área

Empreendedorismo

Tema

Empreendedorismo Inovador: Startups, Empresas de Base Tecnológica, Incubadoras e Parques Tecnológicos, Capital de Risco

Autores

Nome
1 - Irene Ciccarino
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO (PUC-RIO) - Rio de janeiro
2 - Michael Espindola Araki
-

Reumo

O ensaio teórico é um recurso importante para promover o diálogo entre temas estudados separadamente, no caso, o campo da estratégia e empreendedorismo e a Blockchain. Em se tratando de uma tecnologia disrutpiva de literatura recente, o ensaio promove um bom convite a reflexão sobre o potencial de mudança e popularização da blockchain. Essas literaturas são o fio condutor para desenvolver o argumento comparando a blockchain com às relações competitivas nas indústrias e economias, por meio da exposição de falhas de mercado que oferecem oportunidade para criação de novos negócios.
O objetivo deste artigo é compreender como a blockchain altera as relações de mercado sob a luz das teorias da estratégia, em especial do empreendedorismo. Baseia-se no questionamento sobre os desdobramentos de sua posição quanto fator de mudança. Iniciamos pela definição do que é a blockchain, buscando explicar sua importância e contextualizar seu potencial de mudanças. Buscamos responder o porquê da sua utilização e como ela modifica a forma atual de se conduzir transações. Além disso, discutimos os fatores que determinam sua adoção, popularização e apreçamento.
A discussão sobre a blockchain se desenvolve seguindo a literatura de empreendedorismo adotando a perspectiva de processo de identificação e exploração de oportunidades (Baron e Shane, 2006),explicando o conceito de falha de mercado (Dundas & Richardson, 1980), inovação (Kirzner, 1997;Schumpeter,1934) e tecnologia (Bresnahan & Trajtenberg, 1995; Christensen, 1997 Jovanovic & Rousseau,2005). Adotando a perspectiva da Teoria Econômica Evolucionária (Nelson & Winter, 1982) discute-se conceitos de valor, propósito e eficiência econômica objetivos (Drucker, 1969; Levitt, 1972; Prahalad, 2006).
O presente estudo consiste em um ensaio teórico, que coaduna a literatura de estratégia, empreendedorismo e Blockchain com a finalidade de discutir as mudanças potenciais que poderão surgir em um curto espaço de tempo. Consideram-se as cinco forças competitivas (Porter, 1991) e questões relacionadas a abertura de novos negócios, crescimento econômico e ecossistema empreendedor. Além da sua comparação com o modelo desenvolvido pelo Global Entrepreneurship Monitor [GEM] para monitorar a atividade empreendedora no mundo.
A blockchain confere maior facilidade à criação de novos negócios e a captação internacional de recursos. Ela atua sobre a falha de mercado resultante do custo de transação. Quanto mais intermediários existem em uma transação, mais se aumenta a complexidade e a insegurança do processo. Os intermediários em uma transação podem inviabiliza-la por meio de burocracia, exigências (como por exemplo às de crédito) ou por conflito de interesse. Por isso ela tem potencial de flexibilizar a barreira a entrada, aumentando a ameaça de novos entrantes e substitutos, e acirrando a competição nas indústrias.
Após a comparação do potencial de mudanças da blockchain com todo o percurso da falha de mercado à criação de novos negócios, permeando os elementos do ecossistema empreendedor, propomos que a blockchain afeta diretamente a 1) atividade empreendedora em estágios iniciais, já que novas empresa tendem a ser mais receptivas a novas tecnologias e estão mais atentas às oportunidades que o mercado oferece (Christensen, 1997). Pode também afetar a 2) Taxa de Investidores Informais, por meio da democratização de transações diretas em ambiente seguro.
Bresnahan, T. F & Trajtenberg, M. (1995). General purpose technologies ‘Engines of growth’? Journal of econometrics, 65(1), 83-108. Roy Chowdhury, S. (2013). Wealth inequality, entrepreneurship and industrialization. Journal of Economics/ Zeitschrift Fur Nationalokonomie, 108(1), 81–102. Shane, S., & Venkataraman, S. (2000). The promise of entrepreneurship as a field of research. Academy of Management Review, 25(1), 217–226. Summers, D. (2015). The Economic Impact of Entrepreneurship. Academy of Entrepreneurship Journal, 21(2), 99–108. http://doi.org/10.1007/978-1-4419-1191-9