Resumo

Título do Artigo

A INFLUÊNCIA DAS INSTITUIÇÕES DE APOIO NA GOVERNANÇA DE CLUSTERS DE NEGÓCIOS
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Palavras Chave

Clusters
Governança
Instituições de Apoio

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - Cristina Espinheira Costa Pereira
UNIVERSIDADE PAULISTA (UNIP) - Mestrado em Administração
2 - Ana Cláudia Azevedo
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração

Reumo

Relações interfirmas estão relacionadas à manifestação de sistemas internos de governança, estruturas de poder formais e informais e relações de negociação, que apresentam profundas implicações para as economias nacionais e regionais (Halford & Savage, 1997). As associações, e outras instituições de apoio, criam centros de serviços especializados e lançam iniciativas para apoiar o cluster (Hoppen et al. 2016). Evidências sugerem que um sistema bem definido de instituições de apoio está associado a firmas economicamente fortes e mais inovadoras em clusters (Pyke, Becattini & Sengenberger,1990).
O objetivo desta pesquisa é analisar como as instituições de apoio atuam sobre a governança supra empresarial, especificamente nos fatores competitivos: estratégias de resultado orientadas para o cluster, e caráter evolucionário por introdução de tecnologias. Desdobra-se em: (i) verificar a presença instituições de apoio e suas ações de intervenção na governança orientadas para o aumento da competitividade do cluster; e (ii) verificar a presença de instituições que apoiam a inovação e suas ações de intervenção na governança que estimulem o caráter evolucionário das empresas do cluster.
Governança supraempresarial é responsável por aumentar ou criar valor econômico por meio de agentes econômicos através de lideranças individuais ou instituições que agem como uma referência estratégica (Hoppen et al. 2016). Geralmente conduzido informalmente, este tipo de governança envolve liderança e participação de um grupo diversificado, incluindo empresas, agências governamentais, organizações comerciais e universidades (Bolumole et al., 2015). Esse modelo de governança depende do empenho da comunidade, do engajamento ativo de lideranças e de metas bem definidas (Bolumole et al., 2015).
Trata-se de uma pesquisa indutiva e qualitativa, de caráter exploratório. Realiza um estudo comparativo entre dois clusters: o Cluster da Saúde de Ribeirão Preto - SP, no Brasil, e Oxfordshire Health Science Cluster, na Inglaterra. Utiliza dados primários (entrevistas) e secundários (relatórios, artigos, notícias, webpages). Realiza análises cross-case que seguiram os seguintes passos: seleção, transformação, codificação e agregação dos dados brutos, e posterior análise e interpretação, conforme o método proposto por Miles e Huberman (1994). Utiliza o software NVIVO e Excel.
Em ambos os clusters constatou-se a presença de diferentes instituições de apoio às empresas aglomeradas, inclusive instituições que apoiam a inovação. Os entrevistados perceberam a governança em ambos os clusters e puderam identificar exemplos de ações de caráter estratégico e de incentivo à inovação que interferiram na governança e geraram iniciativas em prol da competitividade.
A contribuição deste estudo está em aprofundar por meio de uma pesquisa teórica e empírica a discussão sobre a importância do exercício da governança por parte de instituições que apoiam os cluster, resultando em ganhos competitivos para o aglomerado. Foi possível observar que os entrevistados percebem governança nos clusters, embora a definam como algo ainda pouco demarcado. O que está de acordo com a literatura sobre governança supra empresarial, que a associa a mecanismos relacionais, informal e socialmente, não legalmente, vinculantes.
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