Resumo

Título do Artigo

DILIGÊNCIA DA INOVAÇÃO: ESTUDO DE CASO SOBRE UMA METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO TECNOLÓGICA NO CONTEXTO DE NITs BRASILEIROS
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Palavras Chave

Avaliação tecnológica
Transferência de Tecnologia
Núcleos de Inovação Tecnológica

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - Artur Tavares Vilas Boas Ribeiro
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
2 - Elimar Pires Vasconcellos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Mestrado em Inovação

Reumo

A inovação de base tecnológica, cuja gênese indica comumente raízes em ambientes de pesquisa científica, tem sido pauta nos debates sobre aumento de competitividade nacional. Sendo os Núcleos de Inovação Tecnológica considerados como peça-chave no cenário brasileiro de inovação, a atenção ao seu desempenho se torna mais relevante. O papel eficaz dessas organizações, especialmente dentro das universidades, já tem resultados comprovados como atração de maiores doações, incentivos, financiamentos e contratos. Apesar disso, os NITs contam com recursos escassos e dificuldades no seu desempenho.
Uma das principais limitações decorrentes da escassez de recursos dos NITs é incapacidade de um bom gerenciamento das tecnologias desenvolvidas nas universidades, sendo as dificuldades no que tange à avaliação das tecnologias um ponto destacado. Quanto a essa dificuldade, foi identificada uma boa prática brasileira de avaliação tecnológica para cenário de recursos escassos, o que não só é relevante na prática, mas também corrobora com avanços nas pesquisas ligadas a inovação tecnológica. Diante disso se propôs o objetivo de analisar tal caso para fazer avançar os conhecimentos sobre o tema.
A fundamentação teórica passa por autores relacionados a ecossistemas de empreendedorismo (Isenberg, 2010) e transferência de tecnologia (Rogers, Yin & Hoffman, 2000; Avidor, 2011; Bozeman, 2000), além de analisar estudos relativos aos núcleos de inovação tecnológica, especialmente em contextos brasileiros ou latino-americanos (Secundo, De Beer e Passiante, 2016; Livesey, 2014; Willcox, 2004). Nos estudos sobre avaliação tecnológica, tem-se autores como Porter (1991) e ferramentas aplicadas em contextos práticos, como o Technology Readiness Level, da NASA (Mankins, 1995).
): O método utilizado tem relação direta com o objetivo: a identificação e explicitação de um modelo de avaliação já implementado em um contexto de NITs brasileiros. Foi realizado um estudo de caso (Yin, 2015) sobre o processo Diligiência da Inovação da organização Wylinka. O método é sustentado por uma triangulação de dados com as seguintes fontes: levantamento de dados arquivados; entrevistas semiestruturadas; observação participante. A análise se deu utilizando a estratégia de agrupamento temporal (Langley, 1999), para sistematização de um processo claro e faseado das etapas.
Os resultados trouxeram maior compreensão sobre: (i) A missão da avaliação tecnológica em NITs brasileiros, com três eixos fundamentais de análise – solidez tecnológica, relevância do problema e estrutura do negócio; (ii) Os fatores-chave de sucesso para um processo de avaliação, tais como capacitação do analista e ferramentas úteis. (iii) Um processo explícito de avaliação, abrangendo fases, carga horária demandada, objetivos e desafios de cada etapa e outros tópicos. As fases sendo: entrevista com pesquisadores; caracterização da tecnologia; análise da prova de conceito; estudo do mercado.
É cabível destacar na conclusão a importância da clareza nas fases e demanda de recursos humanos para tais, pois, embora exista certo nível de produção intelectual sobre grandes processos de avaliação tecnológica, é comum que sua complexidade o inviabilize. O trabalho com processos factíveis no contexto de escassez de recursos dos NITs brasileiros é um ponto a ser explorado por futuros estudos, de modo a sedimentar mais a compreensão de tais atividades. Tal provocação traz consigo uma oportunidade para replicação da Diligência de Inovação em outros NITs de modo a gerar mais dados para análise.
Bozeman, B. (2000) Technology transfer and public policy: a review of research and theory. Research Policy, 29, 627–655. Day, G. S.; Schoemaker, P. J. H.; Gunther, R. E. (2003) Gestão de Tecnologias Emergentes - a visão da Wharton School. Isenberg, D. How to Start an Entrepreneurial Revolution. Harvard Business Review, 2010. Langley, A. (1999) Strategies for theorizing from process data. Academy of Management Review. Vol 24 (4), 691-710. Livesey, F. (2014). Report on survey of Brazilian Technology Transfer Offices (TTOs). University of Cambridge Enterprise.