Resumo

Título do Artigo

Valores do Trabalho e Entrincheiramento Organizacional em uma Instituição Federal de Ensino Superior
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Palavras Chave

Valores do trabalho
Entrincheiramento organizacional
Vínculos organizacionais

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - SARAH RENATA MENEZES E SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC

Reumo

Os atos de trabalho fazem parte das relações de troca entre empregado e empregador numa permuta entre desempenho e incentivos. Dessa forma, o trabalho é um meio para o atingimento de metas pessoais, sendo também um dos elementos centrais da identidade social dos indivíduos. Os valores do trabalho tendem a influenciar a relação das pessoas com as organizações, refletindo nos vínculos com a empresa, os quais podem ser construtivos, como o comprometimento, o engajamento e a satisfação, ou negativos, como o entrincheiramento organizacional.
O presente estudo dispõe-se a responder ao seguinte questionamento: qual a relação entre valores do trabalho e entrincheiramento organizacional? Seu objetivo é analisar como valores do trabalho e entrincheiramento organizacional se relacionam em servidores públicos de uma Instituição Federal de Ensino Superior – IFES. De modo específico, pretende-se: a) Identificar a hierarquia de valores do trabalho dos servidores; b) Verificar o nível de entrincheiramento organizacional dos indivíduos; c) Analisar como os valores do trabalho se relacionam com as dimensões de entrincheiramento organizacional.
Entrincheiramento organizacional é a tendência de se permanecer na organização devido à percepção sobre a empregabilidade e os custos associados à saída. Suas 3 dimensões são: ajustamentos à posição social (APS), arranjos burocráticos impessoais (ABI) e limitação de alternativas (LA) (RODRIGUES; BASTOS, 2012). Valores do trabalho são crenças, sobre recompensas desejáveis por meio do trabalho, as quais motivam o comportamento. Porto e Pilati (2010) identificam 6 valores ou tipos motivacionais: autodeterminação/estimulação, segurança, realização, universalismo/benevolência, poder e conformidade.
Trata-se de uma pesquisa de natureza quantitativa, descritiva e conduzida por meio de survey. O universo da pesquisa é composto pelos servidores da Universidade Federal do Ceará, cuja amostra contou com 220 questionários válidos. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário impresso e online, composto por questões sócio-demográficas, a Escala Revisada de Valores do Trabalho (EVT-R) e a Escala de Entrincheiramento Organizacional (EEO). Foram aplicadas análise fatorial exploratória, estatística descritiva e correlação. Os dados foram tratados por meio do software SPSS.
Os servidores apresentaram as seguintes prioridades: segurança, universalismo/benevolência, realização, autodeterminação, conformidade, estimulação e poder. Houve alterações na hierarquia de acordo com o sexo, o tipo de cargo e se tem filhos. O nível de entrincheiramento organizacional é baixo, fortalecido pelos arranjos burocráticos impessoais. A percepção muda de acordo com o sexo e o tipo de cargo. Houve correlações pequenas entre VT e EO, sendo positiva apenas para ajustamentos à posição social e negativas para limitações de alternativas e arranjos burocráticos impessoais.
Há evidências de possíveis relações entre entrincheiramento organizacional e valores do trabalho, de modo que os tipos motivacionais de poder, universalismo, benevolência, realização, autodeterminação e estimulação provavelmente influenciam a percepção dos servidores sobre estabilidade financeira, empregabilidade, alternativas no mercado de trabalho e investimentos feitos para a adaptação. Faz-se necessária a continuação da pesquisa com outras análises estatísticas e aplicação de entrevistas para compreender como ser dá essa relação entre os constructos.
Almeida et al (2015). Andrade et al (2015). Becker (1960). Blau (2001). Cammarosano, Santos e Rojas (2014). Carson, Carson e Bedeian (1995). Carvalho et al (2011). Ferreira, Ferraz e Costa (2015). Holladay (2006). Klein, Molloy e Cooper (2009). Mowday, Porter e Steers (1982). Paiva e Ferraz (2013). Porto e Tamayo, 2003. Porto e Tamayo, 2008. Porto e Pilati (2010). Meyer e Allen (1991). Rodrigues e Bastos (2010). Rodrigues e Bastos (2011). Rodrigues e Bastos (2012). Rodrigues e Bastos (2013). Scheible e Bastos (2006). Schwartz, 2012. Siqueira e Gomide Júnior (2004). Sousa e Porto (2016).