Resumo

Título do Artigo

O Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 1 (erradicar a extrema pobreza e a fome) no contexto brasileiro: Análise de desempenho e identificação de ações por meio de relatórios governamentais
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Palavras Chave

Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
Pobreza
Fome

Área

Administração Pública

Tema

Relação Governo-Sociedade: Transparência, Accountability e Participação

Autores

Nome
1 - André Farinaccio Boldrin
FEA-RP/USP - Faculdade de Administração
2 - PERLA CALIL PONGELUPPE WADHY REBEHY
FEA-RP/USP - Administração
3 - Valquiria Padilha
FEA-RP/USP - FEARP

Reumo

No Brasil, 8,8% dos brasileiros estavam abaixo da linha da pobreza (1 dólar per capita por dia, ajustado pela paridade do poder de compra) no começo da década de 90. A preocupação por parte das nações quanto aos problemas mundiais que dão origem e agravam a miséria e a pobreza levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a estabelecer os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), setembro de 2000. O Brasil foi um dos países a se comprometer junto a ONU a trabalhar para o atingimento dos objetivos e de suas respectivas metas até 2015.
Diante deste cenário, algumas questões emergem: O ODM 1, erradicação da pobreza e da fome, foi cumprido? Entende-se que uma melhor compreensão e identificação das ações que mais colaboram para que o Brasil se aproximasse do cumprimento dos Objetivos do Milênio ocasionaria uma melhor elaboração de ações futuras para o contínuo desenvolvimento em tais áreas. Os objetivos dessa pesquisa são: 1. Identificar desempenho do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 1 (erradicar a pobreza extrema e a fome) no período de 2000-2015; 2. Identificar as ações que contribuíram para esse desempenho.
Estima-se que nos anos 2000, 100 milhões de crianças, no mundo, estavam fora das escolas e quase 1,8 bilhões de pessoas abaixo da linha da pobreza (UNESCO, 2010). Essa realidade demonstra a necessidade de se debater o tema da pobreza, questioná-lo e transformá-lo. Preocupados com a situação da pobreza e miséria no mundo, em setembro de 2000, representantes de 191 países reuniram-se na sede das Nações Unidas (ONU) e assinaram a chamada Declaração do Milênio. As políticas públicas são constituídas por instrumentos de planejamento, execução, monitoramento e avaliação encadeados em (SANTOS, 2014)
A metodologia escolhida foi a Análise de Conteúdo por categorias ou temática, que é um conjunto de técnicas de análise das comunicações que visam obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (variáveis de inferência, quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens. Os métodos de Análise de Conteúdo têm como objetivo provocar a superação da incerteza e o enriquecimento da leitura (BARDIN, 2006).
A categoria Nacional demonstra que a maior parte das vezes em que se apresentaram informações em relação ao desempenho do Brasil, foram dados de cunho progressista em relação às metas do ODM 1. No entanto, todas as vezes em que se apresentaram informações em relação às diferenças de renda por região ou por raça, estas se enquadraram nas categorias de direção negativa. Os relatórios demonstraram também grande avanço quanto às dificuldades nutricionais, principalmente dentre as crianças.
A interpretação da Análise de Conteúdo demonstrou que, de acordo com os relatórios, houve melhora expressiva no ODM 1 no âmbito nacional, tanto em relação a renda da população quanto a proporção da população que sofre de fome. No entanto, não é possível afirmar o mesmo ao se tratar das diferenças regionais, raciais e entre zona urbana e rural. Para a identificação das ações que colaboraram para o desenvolvimento das metas, no decorrer da pré-análise, elaborou-se uma lista de todas as ações ressaltadas pelos cinco relatórios. Desta forma é possível observar as ações destacadas pelo governo.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. CALIMAN, Geraldo. Paradigmas da exclusão social. Universidade Católica de Brasília: Editora Universa/UNESCO. 2008. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA), INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). 1º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. SCHILLER, Bradley R. – The economics of poverty and discrimination. New Jersey: Pearson/Prentice Hall. 2008. WOLFF, Edward, N. Poverty and income distribution. Chichester, UK: Wiley-Blackwell. 2009.