Resumo

Título do Artigo

EFEITO DA ADOÇÃO DO IFRS NO CONSERVADORISMO CONTÁBIL DAS COMPANHIAS DO SETOR DE AGRONEGÓCIO BRASILEIRAS
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Palavras Chave

International Financial Reporting Standards
Conservadorismo Contábil
Agronegócio

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - FERNANDO MACIEL RAMOS
UNIVERSIDADE DO CONTESTADO (UNC) - Unisinos
2 - TACIANA RODRIGUES DE SOUZA
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Finanças corporativa
3 - Clea Beatriz Macagnan
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS (UNISINOS) - Programa de Pos-Graduacao em Ciencias Contabeis

Reumo

Os IFRS têm como característica prevalecente para a decisão do reconhecimento e mensuração contábil a “essência sob a forma”, e exclui da sua estrutura conceitual a característica da prudência, ou seja, o conservadorismo contábil (HELLMAN, 2008). Basu (1997) menciona que o conservadorismo contábil nada mais é que uma exigência maior para verificar o reconhecimento de ganhos do que de perdas. Para Watts e Zuo (2016), a adoção das IFRS dá uma margem para ações oportunistas do preparador dos relatórios financeiros, o assim, a ausência do conservadorismo pode ser prejudicial no reporte financeiro.
Considerando que a utilização do valor justo para mensuração e avaliação dos ativos biológicos e a adoção do IFRS no cenário nacional, podem representar uma perspectiva prática menos conservadora, esse estudo ocupa-se da seguinte questão de pesquisa: “Qual o efeito da adoção do IFRS no conservadorismo contábil dos relatórios financeiros das companhias do agronegócio brasileiras? E como objetivo analisar a influência da adoção do IFRS no conservadorismo contábil dos relatórios financeiros das companhias brasileiras do setor de agronegócio.
O valor justo, pela literatura (BARTH, 2007; MACVE, 2014; ERTAN; KAROLYI, 2016) como prática menos conservadora, dessa forma a sua utilização para mensuração e avaliação dos ativos biológicos por meio da adoção do IFRS, pode influenciar para que os relatórios financeiros de companhias do agronegócio brasileiras apresentem menor conservadorismo contábil após a adoção das normas internacionais de contabilidade. Assima anuncia-se a hipótese desse estudo:H1: A adoção da IFRS influência de forma negativa o nível de conservadorismo contábil dos relatórios financeiros das companhias do agronegócio.
Foi realizado com base no modelo econométrico alternativo de Basu (1997) proposto por Ball e Shuvakumar (2005), foram analisadas companhias listada na BM&FBovespa em 2015 e que possuiam ativos biológicos, que resultou em 258 observações. Ressalta-se que o período analisado foi pré-convergência (2005 a 2007) e pós-convergência (2008 a 2015) e os dados foram coletados na Economática® e no formulário de referência do site da BM&FBovespa. Foram utilizadas as técnicas de estatística univariada e Regressão Linear Múltipla para testar a hipótese do estudo.
Os resultados encontrados implicam que houve uma diminuição do conservadorismo contábil no conjunto das companhias analisadas, pois os resultados demonstraram significância do modelo e dos seus respectivos betas. Com esses resultados não é possível rejeitar a hipótese desse estudo que é a adoção da IFRS influência de forma negativa o nível de conservadorismo contábil dos relatórios financeiros das companhias abertas brasileiras do setor de agronegócio. Os resultados são similares aos dos estudos de Paulo, Antunes e Formigoni (2008), Santos et al. (2013); Santana e Klann (2016).
Os resultados mostram que no período pré-convergência (2005-2007) há presença do conservadorismo contábil e que no período pós-convergência (2008-2015) há diminuição do conservadorismo no resultado contábil das companhias do agronegócio analisadas.
BALL, R.; SHIVAKUMAR, L. Earnings quality in UK private firms: comparative loss recognition timeliness. Journal of Accounting and Economics, v. 39, n. 1, p. 83-128, 2005. BASU, S. The conservatism principle and the asymmetric timeliness of earnings. Journal of Accounting and Economics, v. 24, n. 1, p. 3-37, 1997. WATTS, R. L. Conservatism in accounting part I: Explanations and implications. Accounting horizons, v. 17, n. 3, p. 207-221, 2003.