Resumo

Título do Artigo

SEGREGAÇÃO E ESPACIALIDADE EM UM QUILOMBO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE
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Palavras Chave

Segregação
Espacialidade
Quilombos

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - RICARDO CARVALHAES HENRIQUE
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE
2 - Elisângela de Jesus Furtado da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Campus Pampulha
3 - Thaís Zimovski Garcia de Oliveira
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Reumo

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo, destaca-se na questão racial na sociedade. Isso se estende para os espaços ocupados nas cidades desigualmente, e um desses, objeto desse estudo, são os Quilombos inseridos em conflitos de urbanização dentro das grandes. Uma longa história de exclusão e marginalização dos negros não pode ser apagada, talvez um pouco compensada com medidas políticas e sociais, os negros estiveram distantes das posições de destaque político, social, cultural, material etc. dentro da cultura brasileira, onde a (re) existência, per se, é um imenso desafio.
Os Quilombos são essencialmente compostos de negros (VITALINO, 2012), evidenciando as questões raciais e, assim, questiono se existem, de qual forma se relacionam os problemas de segregação e de espacialidade em ambientes urbanos, como são tratados e por que eles ainda permanecem nos Quilombos da capital depois de tantos anos? O objetivo neste trabalho é discutir a segregação e a espacialidade em ambientes urbanos, estudando comunidades quilombolas. Especificamente, quais são, como são tratados esses problemas, quais são as suas origens e como se mantêm esses problemas com o passar do tempo.
Segregação é ao mesmo tempo a mais forte e a mais discreta forma de exclusão, manifesta-se em muitos tipos, além de resultar em isolamento, nem sempre evidente (SANTOS; FERREIRA, 2012). Espacialidade é um conceito bastante abstrato e complexo, ao passo que pode ser bem simples após sua percepção no cotidiano, em uma cultura, conforme suas capacidades de percepção e apropriação (COLARES; SARAIVA, 2016). Mattoso (1982, p. 158) rompe o conceito tradicional de Quilombo e acrescenta ser uma consequência do escravagista, única possibilidade religiosa e alguma semelhança com a vida na África.
A fonte de dados foram pesquisas qualitativas e exploratórias, com coleta de dados por meio de entrevistas com roteiros semiestruturados. As perguntas tangem a vida das entrevistadas, história, cultura, identidade, rotina e posse do quilombo. Todas as entrevistas foram transcritas, submetidas a análise de conteúdo e divididas em seções para facilitar a explanação e a exposição da análise. As entrevistadas são matriarcas, negras, lideranças políticas, sociais e carismáticas do quilombo, referências familiares, além de carregarem, junto com a idade, a memória histórica do quilombo.
Esta análise de dados será subdividida em tópicos para melhor clareza dos principais pontos de destaque dos objetivos a que esses dados remetem. Tais como história, matriarcalismo, aglutinação social, legitimidade e legalidade, racismo e especulação imobiliária. Compreendeu-se a trajetória do quilombo, funcionamento, estrutura de coesão e aglutinação social, além dos intermináveis enfrentamentos contra as vizinhanças e o Estado; e com esses dados, um levantamento da complexidade, da invisibilidade e do quanto as pessoas, físicas e jurídicas, são omissas e ignorantes às questões quilombolas.
O trabalho cumpriu as proposições de discutir segregação e espacialidade em quilombos urbanos, unindo os teóricos com os dados coletados. Restrições metodológicas sugerem exploração de outros quilombos, seus entornos, entidades envolvidas direta e indiretamente para um aprofundamento nos temas, nas questões e possibilidades de outras abordagens com maior foco em cada tema. Os problemas são múltiplos e interdisciplinares, a administração per se é incapaz de resolvê-los, mas não se ajudar, apesar de não ter interesse em camadas menos abastadas e comunidades tradicionais.
COLARES, A. F. V.; SARAIVA, L. A. S. Representações Sociais Da Cultura Em Belo Horizonte. Revista Gestão & Conexões, v. 5, n. 1, p. 19, 2016. MATTOSO, K. M. DE Q. Ser escravo no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1982. SANTOS, P. C. M. DE A.; FERREIRA, R. A. Segregação, raça, cor e políticas de cotas nas universidades brasileiras: breves reflexões. POIÉSIS – REVISTA DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, v. 3, p. 283–303, 2012. VITALINO, C. Negros são maioria nas favelas... Disponível em: . Acesso em: 6 jun. 2017.