Resumo

A evolução da relevância do conhecimento e da inteligência humana dentro das instituições relegou ao capital financeiro e as habilidades físicas segundo plano nos fatores estratégicos para alcance de dominação de mercado e organizacional. Conhecimentos técnicos e habilidades humanas são atualmente considerados os recursos mais relevantes. A ferramenta OKA é base para um bom diagnóstico do cenário da instituição em termos de GC. É singular o caso da GC nas instituições de Ensino Superior. Essas geram e centram sua razão de ser em torno da responsabilidade da disponibilização do conhecimento.

Diante da incipiência de estudos dessa natureza realizados no RN; pela oportunidade de oferecer um diagnóstico científico e propor a uma universidade de grande porte a formalização no trato de seus conhecimentos; proporcionar à comunidade acadêmica e profissional o conhecimento do status da Gestão do Conhecimento na instituição, além de propor um plano de implementação que atenda à demanda e sua própria realidade, este estudo busca responder quais as práticas de Gestão do Conhecimento empregadas na UFERSA? Objetiva-se diagnosticar o cenário da Gestão do Conhecimento na UFERSA.

A GC pode ser encarada como a técnica de adquirir, gerir, e compartilhar “experiência e especialização dos componentes de uma organização” almejando o amplo acesso, no tempo certo, a melhor informação, fazendo uso das melhores tecnologias para tal (BRITO E BOLSON, 2014, p. 80). A sociedade tem uma expectativa de que os profissionais da área pública demonstrem que seu trabalho é realizado com base em evidências e a GC tem muito a muito a oferecer nesse campo (LEASK, 2008). A adoção dos ideais e modelos da GC no ambiente acadêmico podem colaborar na diminuição da fragmentação do conhecimento.

Coleta aleatória de informações de servidores tomadores de decisão dos quatro campi da universidade, com tempos de exercício variados na instituição. Aplicação de formulários diretos, adaptados do questionário original do método OKA. As variáveis de análise usadas foram as métricas e dimensões do método OKA, e através dos seus elementos –Pessoas, Sistemas e Processos. O tratamento dos dados foi feito através do software SysOKA versão 1.2. A análise dos dados foi realizada por categorização do desempenho das dimensões de cada elemento do Método OKA de acordo com os resultados gerados.

A universidade obteve resultados equilibrados dentre as mais diversas dimensões que perpassam os elementos do método. Identificou-se como menos e mais desenvolvidas respectivamente as dimensões de Programa de Gestão do Conhecimento e de Infraestrutura do conhecimento, ambas integrantes do elemento Sistemas. Os resultados componentes dos elementos de Pessoas e Processos estão em sua maioria enquadrados como Muito Insatisfatórios ou Insatisfatórios de acordo com a metodologia deste estudo. O cenário da gestão do conhecimento não diverge muito da situação de outras organizações brasileiras.

De uma forma geral existem indícios da presença de atividades de gestão do conhecimento da forma “dimensional” como aponta o método OKA, todavia ela ainda necessita de fomento e inclusão na cultura institucional. Como alternativas a esse diagnóstico e na intenção de propor um plano de ação que viabilize as ações de GC, sugere-se a adoção de diversas atividades interdisciplinares e inter-relacionadas apontadas na literatura e que se mostraram mais adequadas à universidade. Para aprofundamento da temática, recomendam-se trabalhos futuros que abordem a implementação das ações aqui sugeridas.

NONAKA, Ikujiro; TAKEUCHI, Hirotaka. Gestão do Conhecimento. Porto Alegre: Bookman, 2008. 320 p. Tradução de Ana Thorell. OLIVEIRA, Jeferson Menezes de. Gestão do conhecimento em instituições federais de ensino superior: o estudo de caso da Universidade Federal de Santa Maria. 2012. 61 f. Monografia (Especialização) - Curso de Especialização em Gestão Pública- Uab. Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Santa Maria, 2012. Disponível em: . Acesso em: 22 mar. 2015.