Resumo

Título do Artigo

Importância Estratégica e Poder dos Stakeholders: Uma Perspectiva Setorial
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Palavras Chave

stakeholders
poder
importância estratégica

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - Rafaele Tiemy Aoyama
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo

Reumo

Stakeholders podem ser definidos como indivíduos ou grupos de indivíduos que podem afetar ou ser afetados pela organização na busca de seus objetivos (Freeman, 1984). Modelos de estratégia de stakeholders têm demonstrado que a gestão dos stakeholders podem ser uma fonte de vantagem competitiva. Mesmo com os vários modelos de estratégia de stakeholders desenvolvidos (Freeman, 1984; Harrison & Bosse, 2013), pouco se sabe acerca da importância estratégica e poder. Assim, a pesquisa busca conhecer tal fenômeno, explorado através do modelo de Harrison e Bosse (2013), nas empresas brasileiras
Tem-se como objetivo geral melhor conhecer o fenômeno empírico quanto ao comportamento da importância estratégica e poder dos stakeholders nas organizações. Para se atingir este objetivo, propõe-se os seguintes objetivos específicos: a) classificar os stakeholders conforme sua importância estratégica; b) classificar os stakeholders conforme seu poder; c) analisar a associação entre a importância estratégica e poder dos stakeholders aos diferentes setores.
Define-se stakeholders como qualquer indivíduo ou grupo que possa afetar ou ser afetado pela empresa na obtenção dos objetivos (Freeman, 1984). Outra contribuição para Teoria dos Stakeholders foi trazida no trabalho de Clarkson (1995), que classifica os stakeholders em primários ou secundários. Para definição de poder dentro da teoria tem se como a capacidade de usar recursos para fazer um evento realmente acontecer (Freeman, 1984). Para definição de importância estratégica Harrison e Bosse (2013) como a capacidade do stakeholder de contribuir para tornar a organização mais competitiva.
Para cumprir com os objetivos dessa pesquisa, optou-se pela análise descritiva com uma abordagem quantitativa. Foram analisados relatórios anuais de 2015, publicados por empresas brasileiras dos setores de consumo cíclico, financeiro e de utilidade pública, em um total de 29 relatórios estudados empregando a análise de conteúdo. Feita contagem de frequência dos stakeholders primários e de palavras por seção, no software Nvivo, chegou-se aos scores de importância estratégica e poder dos stakeholders, cujas médias foram comparadas entre os diferentes setores através do teste de Mann-Whitney.
Os resultados indicam que, no setor financeiro, o acionista tem uma importância estratégica maior do que no setor de consumo. Em temos de poder dos stakeholders, observou-se que em utilidade pública, o cliente possui menos poder ao compará-lo com o setor financeiro. Tal resultado é suportado pela maior proximidade do cliente em relação às empresas do setor financeiro. O funcionário, no setor de utilidade pública, também mostrou ser menos poderoso do que nos outros dois setores. Este resultado pode ser suportado devido ao setor ser composto em sua maioria por empresas mistas.
De modo geral, pode-se concluir que os três setores analisados apresentam uniformidade em relação à importância estratégica dos stakeholders. Os stakeholders funcionário e cliente, mostram-se os mais importantes estrategicamente. Em relação ao poder dos stakeholders, observou-se que os setores de consumo cíclico e financeiro, formados em sua maioria por organizações privadas, apresentam estruturas semelhantes. No setor de utilidade pública, por sua especificidade, formado em sua maioria por empresas mistas, todos os stakeholders apresentam o mesmo nível de poder.
Clarkson, M. B. (1995). A Stakeholder Framework for Analyzing and Evaluating Corporate Social Performance. Academy of Management Review, 92, 105-108. Freeman, R.E. (1984). Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Pitman. Harrison, J. S., & Wicks, A. C. (2013). Stakeholder Theory, Value, and Firm Performance. Business Ethics Quarterly, 23(1), 97–124.