Resumo

Título do Artigo

VALORAÇÃO DE PATENTES COM OPÇÕES REAIS: estudo de caso em uma transferência de tecnologia da UFMG
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Transferência de Tecnologia
Opções Reais
Ativos Intangíveis

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - Gabriel Augusto de Carvalho
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Campus II
2 - Pedro Oliveira de Sena Batista
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD
3 - João Eduardo Ribeiro
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte
4 - Ivan Fernandes da Cruz
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - CAMPOS II

Reumo

A produção de conhecimento e tecnologia no Brasil é realizada em grande parte por instituições públicas de ensino e pesquisa, culminando na geração de ativos intangíveis, como patentes, que muitas vezes não podem ser avaliados corretamente ou não são passíveis de valoração pelos métodos contábeis tradicionais. Essa situação gera um impasse para a exploração comercial dos ativos gerados, além de dificultar a mensuração do retorno de direito pertencente às instituições envolvidas.
Qual a melhor forma de avaliar as patentes produzidas pelas instituições públicas de ensino e pesquisa, em especial, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)? Avaliar uma tecnologia produzida pela UFMG sob a ótica do fluxo de caixa descontado (FCD) e pela teoria das opções reais (TOR).
Para Schimidt e Santos (2002) ativo é um recurso capaz de gerar fluxo de caixa para o agente que o detém, adicionalmente, um ativo intangível é também um recurso incorpóreo, como uma patente. Castro e Souza (2012) apontam a importância do setor público na geração de tecnologias no Brasil, assim a transferência de tecnologias (TT) é uma forma de levar o novo conhecimento para ser explorado no mercado. Guimarães e Kniess (2014), afirmam que a TT exige a correta valoração do ativo. Damodaran (2007) apresenta que existem várias formas de valorar tais ativos.
Para a realização deste trabalho foi escolhido um software produzido e licenciado pela UFMG. Os dados foram obtidos mediante termo de sigilo e, como benchmark, foram utilizados os dados contábeis da empresa Totvs, que também atua no mesmo segmento do ativo escolhido. O fluxo de caixa do software foi projetado via simulação de Monte Carlo com o programa Crystal Ball© para posteriormente ser avaliado pelo modelo FCD e TOR (em especial o modelo Black e Scholes). Os resultados foram analisados sob o intervalo de confiança de 95% com o auxílio do programa Minitab.
Os resultados obtidos para o ativo intangível valorado pelo modelo FCD mostraram que o projeto era viável por apresentar valor presente líquido (VPL) médio positivo de R$ 41.884,16; porém, de alto risco, dado que a probabilidade de se conseguir um valor positivo está limitada a 69,29%. A avaliação pelo modelo Black e Scholes, levando em conta a teoria das opções reais, produziu um resultado médio de R$ 56.518,96, com probabilidade de 70,19% de VPL positivo. Os resultados apontaram para a superioridade da TOR no contexto de universidades públicas.
Instituições públicas de ensino e pesquisa podem obter melhores retornos a respeito da valoração dos ativos intangíveis que produzem com o auxílio da TOR, auxiliando até mesmo no processo de transferência de tecnologia. A empresa privada que visa explorar a tecnologia encontra na TOR uma forma mais assertiva de mensuração dos retornos com a minimização de riscos, o que pode levar ao maior sucesso no mercado já que a tecnologia adquirida pode resultar em vantagens competitivas sustentáveis.
CASTRO, B.; SOUZA, G. O papel dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) nas universidades brasileiras. Liinc em Revista, v.8, n.1, p 125-140, mar, 2012. DAMODARAN, A. Avaliação de empresas. 2 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 464 p., 2007. GUIMARÃES, Y. B. T.; KNIESS, C. T. Valoração de patentes: o caso de uma universidade pública do estado de São Paulo. In: Encontro da ANPAD, 38., 2014, Rio de Janeiro, 2014. SCHMIDT, P. e SANTOS, J. L. Avaliação de ativos intangíveis. São Paulo: Atlas, 2002.