Resumo

Título do Artigo

Globalização, Cultura e Consumo: o exotismo como um framework para o estudo do comportamento do consumidor internacional
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Palavras Chave

Globalização
Consumo exótico
Comportamento consumidor internacional

Área

Marketing e Comportamento do Consumidor

Tema

Consumo, Sociedade e Materialismo

Autores

Nome
1 - Mariana Bussab Porto-da-Rocha
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING (ESPM) - campus Francisco Gracioso
2 - Ana Duque-Estrada
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING (ESPM) - São Paulo
3 - Vivian Iara Strehlau
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING (ESPM) - São Paulo
4 - Karin Ligia Brondino Pompeo
ESCOLA SUPERIOR DE PROPAGANDA E MARKETING (ESPM) - SÃO PAULO

Reumo

A globalização coloca as pessoas mais expostas à cultura dos outros. Como um de seus efeitos, ela dissolve as fronteiras entre culturas e economias nacionais tornando o acesso aos diferentes modos de viver mais fácil e próximo (APPADURAI, 2006; MATHEWS, 2002; BAUMAN, 2005; HALL, 2015). A esta super exposição cultural, os consumidores reagem de formas diversas. Entre as formas positivas, está o conceito de exotismo, cujo estudo ainda se mantem concentrado nos campos da antropologia e da sociologia.
O objetivo deste estudo é fazer uso dos conceitos de consumo exótico para propor um framework que contribua para o entendimento do comportamento do consumidor internacional.
Os conceitos de exotismo, auto-exotismo e de consumo exótico são apresentados e fundamentados em autores da antropologia e da sociologia, tais como: Foster (1982), Leitão (2007), Motta (2015), Murari (1999), Nakatani (2003), Piscitelli (2002), Segalen (2002) e Todorov (1991).
A partir de uma revisão sistemática da literatura publicada nas áreas da Antropologia e da Sociologia, são sintetizados os conceitos de exotismo, auto-exotismo e consumo exótico, para a proposta de um agrupamento dos traços do consumo exótico visando contribuir com: (1) o seu entendimento; (2) critérios para sua identificação; (3) futuras pesquisas deste constructo.
A síntese realizada levou a nove traços característicos do consumo exótico: 1. relativismo (percepção do outro em relação a você ); 2. distância e desconhecimento (a distância do outro é fundamental para a admiração); 3. curiosidade (importância da manutenção do mistério); 4. visão eurocêntrica (aquele que foi descoberto pela colonização); 5. nostalgia (como se era antes da evolução); 6. primitivo (o outro não está no mesmo estágio de desenvolvimento); 7. puro e verdadeiro (simples, não corrompido); 8. sofisticação e charme (em função da dificuldade de acesso); 9. autêntico (espontâneo, único)
Além do consumo simbólico, a globalização transformou o sujeito contemporâneo, facilitando o acesso a diferentes formas de viver de outros povos, adicionando a possibilidade da escolha de uma camada extra ao modo de viver inato. A consequência foi um afrouxamento do vínculo com a cultura nacional e um reforço de outros laços culturais (HALL, 2015). A cultura tornou-se uma questão de gosto: podemos escolher quem culturalmente somos (MATHEWS, 2002) e o entendimento destas novas práticas sociais e simbólicas pode ser enriquecido com os conceitos de consumo exótico apresentados.
FOSTER, Stephen William. The exotic as a symbolic system. Dialectical Anthropology, v. 7, n. 1, p. 21-30, 1982. MOTTA, Antonio. “ALTERA PARTE”: exotismo, estereótipos e assimetrias. Áltera Revista de Antropologia, v. 1, n. 1, p.144-168, 2015. PISCITELLI, Adriana. Exotismo e autenticidade: relatos de viajantes à procura de sexo. Cadernos Pagu, v. 19, p. 195-233, 2002. SEGALEN, Victor. Essay on Exoticism: An Aesthetics of Diversity, trans. Yael Rachel Schlick. Durham, NC, and London: Duke University Press: 2002.