Resumo

Título do Artigo

EFEITO DA REMUNERAÇÃO VARIÁVEL NA RELAÇÃO ENTRE MANDATO DO CHIEF EXECUTIVE OFFICER E AS PRÁTICAS DE GERENCIAMENTO DE RESULTADOS
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Palavras Chave

Remuneração variável
Tempo de mandato dos CEOs
Gerenciamento de resultados

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Andréia Carpes Dani
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - ppgcc
2 - CRISTIAN BAU DAL MAGRO
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Blumenau
3 - ROBERTO CARLOS KLANN
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Reumo

Geralmente, os CEOs possuem alta rotatividade nas empresas de capital aberto no Brasil e podem apresentar diferentes comportamentos corporativos que são determinados pelo tempo de mandato. O comportamento enviesado dos gestores, em determinados períodos de mandato, pode ser ocasionado por diversos fatores. Evidências confirmaram a relação entre o tempo de mandato dos CEOs e as práticas de gerenciamento de resultados. No entanto, a literatura demonstra que os CEOs possuem tendências diferenciadas em mandatos específicos diante de aspectos relacionados a remuneração.
Diante das práticas sobre o comportamento oportunista dos CEOs, em diferentes períodos de mandato, e com aspirações de benefícios privados mediante a remuneração variável, criou-se a seguinte questão de pesquisa: Qual o efeito da remuneração variável na relação entre o tempo de mandato do CEO e as práticas de gerenciamento de resultados? O estudo tem o objetivo de identificar o efeito da remuneração variável na relação entre o tempo de mandato do CEO e as práticas de gerenciamento de resultados, bem como o efeito mitigador dos mecanismos de governança corporativa.
A sucessão de executivos tem sido objeto de estudo ao longo das últimas três décadas (PITCHER; CHREIM; KISFALVI, 2000). Grande parte dos estudos sobre turnover de executivos teve enfoque sobre a figura do CEO (MURPHY, 1999; KAO; LONG, 2006). Porém, poucos estudos têm tentado explicar a associação entre aspectos contábeis e de compensação com a rotatividade dos CEOs (ENGEL; HAYES; WANG, 2003). Dentre esses, destaca-se os estudos de Hazarikaa, Karpoffb e Nahata (2012), Kuang e Wielhouwer (2014) e Ali e Zhang (2015), contudo a literatura é controvérsia (ALI; ZHANG, 2015).
A pesquisa caracteriza-se como descritiva, com abordagem quantitativa, por meio de pesquisa documental. A população da pesquisa compreendeu as companhias brasileiras de capital aberto com dados disponíveis na base de dados Economática® e no formulário de referência. A amostra foi delineada conforme a disponibilização de informações para operacionalização das variáveis. Assim, a amostra final compreendeu 183 empresas, num período de análise entre 2009 a 2015, totalizando 1.281 observações.
Verificou-se que a remuneração variável modera apenas a relação entre o longo mandato dos CEOs e o gerenciamento de resultados mediante decisões operacionais pelas despesas discricionárias anormais. Sugere-se que uma maior remuneração variável afeta negativamente a relação entre Longo Mandato dos CEOs e a práticas de gerenciamento de resultados, ou seja, aquelas empresas com maior remuneração variável tendem a fazer com que os CEOs tenham menor utilização das despesas discricionárias anormais, reduzindo o gerenciamento de resultados para aumentar os lucros.
Os resultados indicaram que o último ano de mandato dos CEOS é determinante para a prática de gerenciamento de resultados. Conclui-se que a remuneração variável não provocou efeito sobre a relação entre tempo de mandato do CEO e o gerenciamento de resultados pelas escolhas contábeis. Por outro lado, os achados remetem a inferência de que no gerenciamento de resultados pelas decisões operacionais, a remuneração variável provocou efeito sobre as intensões dos CEOs com longo mandato, reduzindo ainda mais suas intensões conforme o aumento na proporção da remuneração variável.
ALI, A.; ZHANG, W. CEO tenure and earnings management. Journal of Accounting and Economics, v. 59, n. 1, p. 60-79, 2015; DECHOW, P. M.; SLOAN, R. G. Executive incentives and the horizon problem: An empirical investigation. Journal of accounting and Economics, v. 14, n. 1, p. 51-89, 1991. ROYCHOWDHURY, S. Earnings management through real activities manipulation. Journal of accounting and economics, v. 42, n. 3, p. 335-370, 2006.