Resumo

Título do Artigo

Decisões Estratégicas Intuitivas e seus Impactos na Implementação Estratégica
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Palavras Chave

Processo de decisão
Decisões estratégicas
implementação estratégica

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - Kelly Cristiny Chinelato Sacramento
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA - São Paulo

Reumo

Estratégia pode ser definida como um conjunto articulado de decisões. Devido à limitada capacidade humana de processar tantos estímulos racionalmente e a o crescimento exponencial das informações no ambiente, a decisão estratégica intuitiva surge como ser uma alternativa ágil ao processo estruturado de tomada de decisões. Após tomadas, as decisões precisam ser implementadas. Entretanto, há um pouco compreendido abismo entre a expectativa formada e a realidade observada após a execução. É neste gap que situa-se esse estudo.
O objetivo principal dessa pesquisa é investigar o impacto de tomada de decisões estratégicas intuitivas na implementação das estratégias. Para atingir este objetivo, propõem-se os seguintes objetivos específicos: (a) identificar pontos de convergência e divergência entre teoria e prática acerca das vantagens e desvantagens da tomada de decisões estratégicas intuitivas; e (b) identificar as principais dificuldades na implementação de decisões estratégicas intuitivas.
O estudo constrói sobre a discussão de vantagens e desvantagens da decisão intuitiva entre as abordagens ‘Naturalistic Decision Making’ (Lipshitz et al., 2001; Klein, 1993) e de ‘Heurísticas e Vieses’ (Frederick, 2005; Gilovich et al., 2002; Tversky & Kahneman, 1971). Para avaliar os impactos na implementação, são considerados os fatores recorrentes (Li, Guohoi & Eppler, 2008) da perspectiva interpessoal proposta por Noble (1999), além de múltiplos entraves relatados na literatura.
Desenvolveu-se uma pesquisa exploratória (Cervo et al., 2007), utilizando-se o método de correspondência de padrão (Yin, 2001) no desenvolvimento de um estudo de caso único na maior distribuidora brasileira de publicações, escolhida devido a seu particular histórico de incentivo à tomada de decisões intuitivas. A triangulação de múltiplas fontes de dados primários e secundários (entrevistas semi-estruturadas, survey e análise documental) foi utilizada durante toda a pesquisa para ampliar a confiabilidade e a validade da mesma.
Os resultados indicam evidências de que, quando em excesso, decisões estratégicas intuitivas não tenham a agilidade esperada, embora características negativas associadas a esse tipo de processo decisório (inconsistência, dificuldade de explicação e viés da confirmação) tenham sido observadas. Os resultados também sugerem que há efeitos nocivos sobre a implementação das estratégias (principalmente na comunicação e no relacionamento entre UN’s), multiplicando o retrabalho e diminuindo a eficiência da decisão.
A contribuição da pesquisa consiste em ampliar a compreensão acerca do gap entre a tomada de decisões estratégicas intuitivas e sua implementação, bem como apresentar evidências que contradizem alguns aspectos da teoria relativa às decisões intuitivas e apresentar elementos que indiquem seu potencial impacto na implementação, o que pode auxiliar no desenvolvimento de futuras pesquisas sobre o tema. Limitações e sugestões de estudos futuros também são discutidos.
Kahneman & Klein, 2009; Sadler-Smith & Shefy, 2004; Burke & Miller, 1999; Lipshitz et al., 2001; Klein, 1993; Frederick, 2005; Gilovich et al., 2002; Tversky & Kahneman, 1971; Li, Guohoi & Eppler, 2008; Noble, 1999; Mackay & Zundel, 2017; Alexander, 1985; Gilad, 2004; Kaplan & Norton, 2001; Walter & Ruekert, 1987; Gupta, 1987; Chimhanzi, 2004; Nutt, 1987; Hrebiniak, 2006; Fischmann, 1987; Rapert & Velliquette & Garretson, 2002; Forman & Argenti, 2005; Heracleous, 2000; MacMillan & Guth, 1985; Cervo et al., 2007; Yin, 2001.