Resumo

Título do Artigo

Evidências do Efeito Disposição no Mercado Brasileiro de Fundos de Renda Fixa: Um Estudo para o Período de 2011 a 2017
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Palavras Chave

Finanças Comportamentais
Efeito Disposição
Renda Fixa

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Propriedade e Reestruturações

Autores

Nome
1 - BRUNO SEIKI TSUJI TINEM
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Butantã
2 - Rosana Tavares
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - São Paulo
3 - Liliam Sanchez Carrete
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

As finanças comportamentais marcaram uma quebra de paradigma ao que se viu na segunda metade do século XX, com grande destaque ao efeito disposição, testado amplamente na academia em mercados de renda variável e sobretudo em fundos de ação. O interesse desta obra é entender se o mesmo pode ser constatado tanto no cenário brasileiro, quanto no mercado de renda fixa local.
Este estudo procura entender: a) se os retornos de fundos de investimento de renda fixa de médio e longo prazo, entre 2011 e 2017, possuem correlação com indicadores de mercados, sobretudo de indexadores de títulos públicos federais; e b) se nestes mesmos fundos pode-se determinar o efeito disposição, em qual magnitude ele existe, e como ele se desenvolve.
Este trabalho é pautado sobre o universo das Finanças Comportamentais, uma linhagem das teorias financeiras surgida nos anos 70 e segundo a qual os indivíduos nem sempre tomam as decisões ótimas para si, mas sim baseados em experiências anteriores. Neste sentido, o enfoque do trabalho é sobretudo na teoria do Efeito Disposição, um desmembramento das Finanças Comportamentais que preconiza a tendência de investidores a realizarem seus ganhos mais rapidamente do que de admitirem seus prejuízos.
Para a identificação da correlação entre os retornos dos fundos de renda fixa e os índices de mercado, lança-se mão de regressões lineares múltiplas. Para a análise do efeito disposição, observaram-se os fluxos de resgates e aplicações em condições de fundos e meses vencedores (ou perdedores), dada sua relação com o CDI ou IPCA. A amostra é composta por 44 fundos de renda fixa de médio e longo prazo, com dados levantados entre 2011 e 2017.
65,9% da amostra apresentou pelo menos uma variável explicativa dentre as três elencadas pelo estudo (CDI – a variável mais discriminativa –, Ibovespa ou Câmbio). Com relação ao efeito disposição, observou-se que praticamente ¾ da amostra apresentou aplicações vencedoras superiores aos resgates perdedores; além disso, observou-se que em períodos de perdas sucessivas, os resgates médios foram inferiores às aplicações médias em períodos de vitórias sucessivas, sugerindo euforias maiores nas vitórias do que decepções nas derrotas.
Rejeitou-se a hipótese de que os fundos de renda fixa não possuem seus retornos correlacionados a indicadores de mercado. Ademais, é possível admitir a existência do efeito disposição nos fundos de renda fixa de médio e longo prazo entre 2011 e 2017, dado o comportamento das aplicações e resgates em situações vencedoras e perdedoras.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: An analysis of decision under risk. Econometrica: Journal of the econometric society, JSTOR, p. 263–291, 1979. LUCCHESI, E. P. O efeito disposição e suas motivações comportamentais: um estudo com base na atuação de gestores de fundos de investimento em ações. Tese (Doutorado) — Universidade de São Paulo, 2010. RASSIER, LH. Análise de retorno dos fundos de renda fixa brasileiros através de indicadores de mercado. Dissertação (Mestrado) — Escola de Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, 2004.