Resumo

Título do Artigo

Práticas de Envolvimento produzem colaboradores resilientes? O papel mediador da Identidade Organizacional.
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Palavras Chave

Práticas de envolvimento
Identidade organizacional
Resiliência no trabalho

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Gisela Demo
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - LETICIA FENELON SANTOS
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - CAMPUS DARCY RIBEIRO
3 - Ana Carolina Rezende Costa
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Programa de Pós-Graduação em Administração
4 - Eluiza Alberto de Morais Watanabe
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Departamento de Administração

Reumo

A Gestão de Pessoas assume importância estratégica para a gestão dos colaboradores de uma organização por possuir papel relevante na consecução de metas (Armstrong, 2014; Horta, Demo, & Roure, 2012). Assim, as pessoas devem ser valorizadas e desenvolvidas por meio de políticas e práticas de gestão de pessoas. Pesquisas evidenciaram associações positivas entre práticas organizacionais, notadamente o envolvimento, e identidade organizacional. Além disso, verifica-se que a política de envolvimento foi a principal preditora da resiliência no trabalho.
Em vista dos argumentos apresentados e da lacuna identificada na literatura de GP no que tange a relações entre as variáveis em questão e a maior carência de pesquisas na área pública, foi proposto o seguinte problema de pesquisa: qual é a influência das práticas de envolvimento na resiliência no trabalho e na identidade organizacional dos empregados públicos do Banco Box? Para responder ao problema proposto, o presente estudo tem como objetivo avaliar a relação entre as práticas de envolvimento, a identidade organizacional e resiliência no trabalho dos empregados do Banco Box.
A cultura corporativa, em parte constituída pelas práticas e políticas de GP, tem relação positiva com a Identidade Organizacional (IO), que está ligada ao alcance dos objetivos organizacionais (Chen, 2011). As organizações passaram a valorizar mais seus colaboradores e também exigiram que esses fossem resilientes (Demo, 2016; Job, 2003). Pesquisas evidenciaram associações positivas entre práticas organizacionais e IO (Bezerra, Demo, & Fogaça, 2016; Nascimento, 2014; Tataw, 2012). Além disso, a política de envolvimento foi a principal preditora da resiliência no trabalho (Costa, 2016).
A pesquisa caracteriza-se como explicativa, quantitativa, survey e transversal. Para estudar a relação entre as variáveis, o modelo de pesquisa adotou como variável preditora a Política de Envolvimento, a Identidade Organizacional como variável mediadora e a Resiliência no Trabalho como variável critério. A organização objeto do estudo, denominada Banco Box, é constituída sob a forma de instituição financeira do governo federal. O questionário utilizado como instrumento de pesquisa foi composto por três escalas já validadas cientificamente e com resultados psicométricos satisfatórios.
A análise fatorial confirmatória foi realizada com cada variável da pesquisa. Todos os índices de ajuste encontrados nas análises foram satisfatórios. Além de testar as relações diretas, o efeito indireto do Envolvimento sobre a Resiliência no Trabalho foi calculado. A mediação parcial foi confirmada e o efeito indireto foi significativo. O coeficiente de regressão R² foi de 27%, ou seja, o Envolvimento e a Identidade Organizacional explicam 27% da Resiliência no Trabalho.
Esta pesquisa avança ao se debruçar sobre um modelo ainda inexplorado na literatura científica, com destaque à investigação de mediação. Como sugerem os resultados da pesquisa, a resiliência no trabalho é uma consequente da percepção da política de envolvimento e possui a identidade organizacional como variável mediadora na relação. Tais considerações apontam para uma necessidade de um conjunto de práticas de envolvimento bem desenvolvidas, na medida em que influenciam a identidade organizacional dos trabalhadores, de forma a impactar positivamente a resiliência dos trabalhadores.
Demo, G., Neiva, E. R., Nunes, I., & Rozzett, K. (2012). Human Resources Management Policies and Practices Scale (HRMPPS): exploratory and confirmatory factor analysis. Brazilian Administration Review, 9(4), 395-420. Batista, R. L., & Oliveira, A. de F. (2012). Antecedentes da confiança do empregado na organização. Estudos de Psicologia, 17(2), 247-254. Mael, F. A., & Ashfort, B. E. (1992). Alumni and their alma mater: a partial test of the reformulated model of organizational identification. Journal of Organizational Behavior,13(2), 103-123.