Resumo

O acesso as diferentes fontes de energia no contexto atual pode ser visto como indispensável para a qualidade de vida humana e para a promoção do desenvolvimento econômico, ambiental e social. Praticamente todas as atividades cotidianas, todos os produtos e serviços comercializados dependem direta ou indiretamente do alguma fonte energética. Devido a sua importância, verifica-se o crescente interesse das empresas privadas sobre o setor, atuando na geração, distribuição e comercialização frente à deficiência do Estado em fornecer de forma segura energia elétrica, por exemplo, pós crise de 2001.

Diante do contexto apresentado, o presente trabalho levanta a seguinte questão: como podem ser agrupadas e como se caracterizam as empresas do setor de energia brasileiro quanto ao desempenho econômico-financeiro? Os objetivos traçados são: agrupar e avaliar o desempenho econômico-financeiro das empresas do setor energético atuantes no Brasil no ano de 2015; e verificar a influência dos fatores porte, controle, localização e tipo de serviço sobre a performance apresentada pelas mesmas no ano em questão.

O referencial teórico está estruturado a partir de discussões que contemplam a importância do setor energético brasileiro e o desempenho organizacional no contexto da organização industrial. Como grande parte do consumo final de energia, aproximadamente 65%, fica a cargo da produção industrial e do transporte de cargas, o que demonstra sua forte relação com o potencial econômico de uma nação (BRASIL, 2016), torna-se importante conhecer o desempenho das organizações que integram o setor (a estrutura, forma de administrar seus recursos, conduta) por meio de dimensões como a econômico-financeira.

A pesquisa foi desenhada como empírica, do tipo exploratória-explicativa e natureza quantitativa. Os dados são secundários e foram coletados no site da revista Exame, na seção “Maiores e Melhores”. O desempenho foi operacionalizado por sete indicadores: Liquidez Geral, Liquidez Corrente, Endividamento Geral, Endividamento de Longo Prazo, Rentabilidade do patrimônio ajustado e Riqueza criada por empregado. Como técnicas estatísticas para a análise dos dados foram utilizadas, além da análise descritiva, também técnicas multivariadas como análise de cluster, discriminante e ANOVA.

Foram agrupados seis clusters, classificados como desempenho muito fraco, fraco, regular, bom, muito bom e ótimo, levando-se em conta os resultados das estatísticas descritvas, da análise discriminante, pela qual foram encontrados os indicadores econômico-financeiros que mais diferenciam os grupos, e a analise de cluster em si. Além disso, os resultados da ANOVA indicam que, quanto aos fatores Porte, Localização, Controle e Tipo de serviço prestado, todos, exceto a localização, impactaram em algum dos indicadores, ou seja, influenciam no desempenho das empresas durante o período investigado.

Foram agrupados seis clusters, classificados como desempenho muito fraco, fraco, regular, bom, muito bom e ótimo. Quanto aos fatores, todos, exceto a localização, impactaram em algum dos indicadores, ou seja, influenciam no desempenho.

BAIN, Joe Staten. Industrial Organization. New York: John Wiley& Sons, 1968 BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional. Brasília: Empresa de Pesquisa Energética, 2016. GITMAN, Lawrence Jeffrey. Princípios de administração financeira. Tradução técnica: Antonio Zaratto Sanvicente. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. VENKATRAMAN, Natarjan; RAMANUJAM, Vasudevan. Measurement of business performance in strategy research: A comparison of approaches. Academy of management review, v. 11, n. 4, p. 801-814, 1986.