Resumo

Título do Artigo

PENSAMENTO COMPLEXO E ESTUDOS ORGANIZACIONAIS: UM DIÁLOGO POSSÍVEL
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Palavras Chave

Pensamento complexo
Complexidade
Estudos Organizacionais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - LILIAN DE LIMA PIRES
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA)
2 - LUIS MIGUEL LUZIO DOS SANTOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - CESA

Reumo

Segundo Serva, Dias e Alperstedt (2010), apesar da necessidade iminente de desenvolver teorias que busquem explicar o fenômeno organizacional de uma maneira mais complexa e profunda, grande parte das pesquisas realizadas na área utiliza métodos tradicionais de orientação positivista e funcionalista. Nesse sentido, Serva (1992) defende que, valer-se do paradigma da complexidade, seus conceitos e, principalmente, sua característica pluralista, pode gerar resultados significativos para aqueles que se aventuram na análise organizacional.
O presente artigo teórico tem como objetivo apresentar uma reflexão acerca do pensamento complexo e sua possível utilização enquanto abordagem teórica adequada para a fundamentação de estudos que envolvem a análise organizacional.
Propõe-se abordar, por um lado, o paradigma simplificador, concebido como visão hegemônica, que tem embasado várias trajetórias de desenvolvimento das ciências sociais (BAUER, 1999; MORIN, 2011). Por outro, o paradigma da complexidade, que busca tomar em consideração a incerteza e analisar os fenômenos a partir de sua multiplicidade (MORIN; LE MOIGNE, 2000). Num tópico subsequente, volta-se então para a discussão da relação entre o pensamento complexo e as organizações (SERVA; DIAS; ALPERSTEDT, 2010).
Trata-se de um artigo teórico, baseado em um estudo exploratório baseado em pesquisa bibliográfica.
Segundo Chanlat (1996), o campo das ciências administrativas parece ter se desenvolvido de maneira isolada, negligenciando em grande parte os conhecimentos mais recentes das ciências humanas básicas. Ao propor a análise organizacional sob a ótica da complexidade, busca-se também colocar em cena os diversos fatores que decorrem das atividades das organizações, que certamente extrapolam as implicações financeiras, bem como evidenciar suas múltiplas.
A introdução do pensamento complexo nos estudos organizacionais pode favorecer o entendimento das múltiplas dimensões do âmbito organizacional e também colocar em cena o próprio sujeito, enquanto produto e produtor da realidade social, considerando sua importância para a dinâmica social. Além disso, do ponto de vista interpretativo, a perspectiva da complexidade pode favorecer novas conexões que chamam a atenção para novos fenômenos e ajudam a compreender o que não podia ser observado antes.
CHANLAT, J.F. Por uma antropologia da condição humana nas organizações. In: CHANLAT, J. F. (Org.). O indivíduo na organização: dimensões esquecidas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. 3. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007. MORIN, E.; LE MOIGNE, J. L. A inteligência da complexidade. São Paulo: Petrópolis, 2000. SERVA, M.; DIAS, T.; ALPERSTEDT, G. D. Paradigma da complexidade e teoria das organizações: uma reflexão epistemológica. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 50, n. 3, jul-set, p. 276-287, 2010.