Resumo

Título do Artigo

Comunicação, sensemaking e sustentabilidade: o desenrolar da narrativa da sustentabilidade no contexto organizacional
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Palavras Chave

Comunicação
Sensemaking
Sustentabilidade

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Estratégia e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Maria Fernanda Tomiotto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA
2 - Juliana Nakamura Gallassi
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - Programa de Pós-Graduação de Administração
3 - MARLENE MARCHIORI
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - Programa de Pós-Graduação em Administração PPGA
4 - Luciano Munck
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA (UEL) - Departamento de Administração - PPGA

Reumo

A sustentabilidade está envolta por significados e interpretações diversificados, cuja construção resulta de um processo interativo, pautado nas pessoas e construído a partir das narrativas. Este fenômeno de construção de novos sentidos quando analisado pela perspectiva comunicacional permite a compreensão de que a jornada em prol da sustentabilidade se manifesta como um constructo em desenvolvimento contínuo. Por meio da abertura de diálogos as diferentes narrativas podem ser compreendidas enquanto maneiras de questionamento acerca do caminho percorrido e os desdobramentos futuros.
Entendendo sustentabilidade como um processo socialmente construído e em construção e, orientando-se pela perspectiva do sensemaking, compreende-se que iniciativas top-down mostram-se ineficazes ou apenas discursivas quando considerados os preceitos da sustentabilidade na literatura pesquisada. Diante disso questiona-se de quais maneiras as narrativas da sustentabilidade se manifestaram em uma empresa reconhecida como sustentável? Buscar-se-á respostas nas articulações e movimentos registrados nos documentos que contribuem para a construção da narrativa sustentabilidade na organização.
A narrativa da sustentabilidade no contexto organizacional é permeada pelo gerenciamento de trade-offs intertemporais em termos de presente, passado e futuro e constituída de maneira integrada. Nesta construção, a comunicação, enquanto processo que constitui a organização, permite que diferentes visões sejam consideradas por meio de discursos abertos de cunho aspiracional, e, por meio das narrativas entre os agentes envolvidos (internos e externos) o sensemaking possibilita a construção desses novos sentidos enquanto capacitadores de tecer ações cuja sustentabilidade seja o elo direcionador.
Como método para alcançar o objetivo da pesquisa, optou-se pela abordagem qualitativa, descritiva e documental. A unidade de análise é a Itaipu Binacional qualificada enquanto uma empresa reconhecida como sustentável em âmbito nacional e internacional. Os dados foram coletados a partir dos relatórios de sustentabilidade publicados pela própria empresa, bem como a consulta nos documentos institucionais disponibilizados ao domínio público. A análise pautou-se pela técnica de análise narrativa, pois permitem a interpretação das práticas e pretensões que integram na dinâmica organizacional.
A análise das narrativas presentes nas cartas do presidente nos relatórios de sustentabilidade da empresa, permitiram a identificação de três momentos que manifestam a narrativa da sustentabilidade, responsáveis por ordenar as práticas organizacionais e atribuir-lhes sentidos: justificação, incorporação/explicação e comprovação/legitimação. Esses momentos são observados em uma sequência cronológica, que vinculam presente, passado e futuro e representam uma reconstrução e novas significações do sentido atribuído à sustentabilidade na empresa.
Ainda que posição da sustentabilidade tenha sido uma iniciativa top-down percebeu-se no discurso da empresa manifestações de espaços abertos ao diálogo, permitindo a revisão das ações e a perpetuidade da sustentabilidade. Nesse “elo de ligação” temporal o fio condutor da sustentabilidade parece ser um direcionador, no qual, apesar das peculiaridades de cada momento destacado, identificou-se a predominância de uma orientação da sustentabilidade alinhado à reforma, pois reconhece o desequilíbrio ambiental e social, porém não almeja transformar as estruturas sociais e econômicas hegemônicas.
CHRISTHENSEN, L. T.; MORSING, M.; THYSSEN, O. Discursive Closure, Discursive Openings in Sustainability. Management Communication Quarterly, 29(1), 135-144, 2015. HOPWOOD, B.; MELLOR, M.; O'BRIEN, G. Sustainable development: mapping different approaches. Sustainable Development, v. 13, n. 1, p. 38-52, 2005. MUNCK, L. Gestão da sustentabilidade em contexto organizacional: integrando sensemaking, narrativas e processo decisório estratégico. Organizações & Sociedade, Salvador, v. 22, n. 75, p. 521-538, 2015.