Resumo

Título do Artigo

CONSIDERAÇÕES EPISTEMOLÓGICAS SOBRE O FENÔMENO DO CONFLITO ASSOCIADO AO PARADIGMA DA COMPLEXIDADE
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Palavras Chave

Epistemologia
Fenômeno do Conflito
Paradigma da Complexidade

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Katia Denise Moreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Florianópolis
2 - Luci Mari Aparecida Rodrigues
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC) - Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA)

Reumo

As questões epistemológicas tratam das relações entre um fenômeno e a base teórica que o sustenta. Nesse contexto está complexidade, que em termos epistemológicos é um paradigma, que emerge da tentativa de superação de impasses conceituais, tanto no que diz respeito à lógica, quanto à própria epistemologia (SERVA, 1992). Aliado ao exposto está a ideia de confronto e associado a ele o fenômeno do conflito, elemento que segundo Fiorelli, Fiorelli e Malhadas Júnior (2005) opõe a estagnação, funcionando como mola propulsora para mudanças, sejam elas no campo científico ou social.
O conflito possui bases epistemológicas associadas à vertentes paradigmáticas que o refutam, a ordem deve prevalecer, ou que o concebem essencial, como uma desordem que se corretamente administrada, sustenta um processo de mudança. Assim questiona-se: em termos epistemológicos, quais são os fatores que caracterizam o fenômeno conflito como uma questão complexa diante de suas bases epistemológicas? A fim de responder a indagação tem-se como objetivo deste estudo verificar, sob o olhar epistemológico, quais são os fatores que caracterizam o fenômeno conflito como uma questão complexa.
A epistemologia é um estudo crítico de princípios, hipóteses e resultados da ciência (JAPIASSU, 1991). Dela emergem os paradigmas como realidades alternativas (KUHN, 1962). Burrel e Morgan (1979) propõem quatro perspectivas paradigmáticas de análise do fenômeno social: subjetividade/objetividade e sociologia da regulação/mudança radical. Pretende-se, por meio das concepções teóricas que definem diferentes paradigmas, associá-las ao fenômeno do conflito, de forma a refutá-lo em favor do regramento ou na posição de reconhecê-lo como elemento essencial para evolução, dado seu caráter complexo.
Este estudo se caracteriza como um Ensaio Teórico, não tem por finalidade a verificação dos elementos teórico-conceituais tratados. Porém, não se presume o rompimento com a dicotomia sujeito/objeto, que permeia a realidade dos fenômenos estudados empiricamente (WHETEN, 2003); inclusive, as reflexões ora expostas buscam aprofundar questões que poderão ser tratadas futuramente in loco, no âmbito das organizações.
Discute-se as relações entre epistemologia, paradigmas e conflito. Para compreender o posicionamento deste último explora-se sua complexidade como fenômeno paradoxal. O conflito é um processo dialógico, não se pode excluir dele a ambiguidade/ambivalência, pois, apesar de ser um termo com conotação “negativa” tem muitas funções positivas Moscovici(1997). Por fim, complementa a questão do conflito a complexidade de fenômenos como aprender e conhecer, esses, destaca DEMO (2008) não se acabam em procedimento lógicos, recursivos, reversíveis, pois, implicam na habilidade de ver mais do que um dado.
Discutiu-se sobre epistemologia, teoria da complexidade e correntes paradigmáticas, para o alcance do objetivo proposto. Isso se sustentou, pois, o conflito é dinâmico, nele há ação intensa, considerada uma mola propulsora para o desenvolvimento do sujeito. O fenômeno é por natureza não linear e ambíguo, quando administrado de modo dialético e evolutivo, é reconstrutivo e irreversível. Portanto, o conflito é complexo e essencial, expõe o pensamento complexo, este que une as coisas, pessoas e situações, a fim de que desse encontro surjam novas ideias, as quais proporcionarão a evolução.
BURREL, G. e MORGAN, G. In search of a framework 1. Assumptions about the nature of social science e 2. Assumptions about the nature of society. In: BURREL, G. e MORGAN, G . Sociological paradigms and organizational analysis. London, 1979. MORIN, E. Problemas de uma epistemologia complexa. In: MORIN, Edgar. O problema epistemológico da complexidade. Lisboa: Europa-América, 1982. _________.Introdução ao pensamento complexo. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2011. FIORELLI, J. O.; FIORELLI, M. R.; MALHADAS JUNIOR, M. J. O. Mediação e Solução de Conflitos: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2008.