Resumo

Título do Artigo

O valor incremental do CRO em empresas seguradoras americanas com enterprise risk management
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Palavras Chave

enterprise risk management
chief risk officer
valor da empresa

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Caroline Marcos Inacio
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade
2 - Juliano Rodrigues Silva
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - São Paulo
3 - Aldy Fernandes da Silva
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Mestrado Acadêmico em Ciências Contábeis
4 - VINICIUS AUGUSTO BRUNASSI SILVA
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - Liberdade

Reumo

Nas últimas décadas, governo, agências reguladoras e de rating voltaram-se para questões em como intensificar o monitoramento das atividades de controle interno, governança e gestão de risco por meio de instruções regulatórias, como a SOX e a Basel Capital Accords II, de organizações de profissionais, Casualty Actuarial Society e COSO e de agências de rating, S&P e Moody’s. Instituíram-se regras de controle para identificar, analisar, controlar, comunicar e monitorar riscos e a manterem comitês independentes de auditoria que validassem tais estruturas.
Dada a importância do crescimento de uma compreensão holística no tratamento dos riscos, cresce a procura de conceitos do ERM, e da importância do envolvimento de um principal interlocutor na condução da implementação deste na empresa, o Chief Risk Officer. Para o investidor, sua presença diminui a assimetria informacional e, consequentemente, gera maior confiabilidade na análise entre risco e recompensa. O objetivo do presente estudo é investigar a associação entre o valor da empresa e a presença do principal agente responsável pelo processo de implementação do ERM, o CRO.
O COSO recomenda a contratação de um CRO, por acreditar que ele possua os recursos para impulsionar o ERM de forma benéfica para toda a empresa. Isso se deve ao fato de que dentre suas responsabilidades, está o monitoramento do processo de gestão de riscos e também comunicação e a divulgação do mesmo a todos os gestores, integrando assim, a filosofia estratégica da empresa. Dessa forma, as inconsistências e os conflitos nas práticas de gerenciamento são evitadas. Algumas normas americanas estão diretamente relacionadas à presença do CRO nas empresas.
O principal objetivo da presente pesquisa é estimar a relação entre a criação de valor e a presença do CRO. Partindo do pressuposto de que o ERM gera valor – conforme suporte literário citado anteriormente – a variável dependente, ou seja, o valor da empresa, foi obtido através do cálculo do coeficiente do Q Tobin. O cálculo do coeficiente Q é adequado para seguradoras, visto que o valor contábil de seus ativos é muito mais próximo dos custos de reposição ao se comparar a empresas não financeiras.
Como também em estudos internacionais, foi encontrado uma associação significativa e positiva entre ERM e Q, demonstrando que a adoção do ERM, ao possibilitar um controle mais integrado dos riscos, aumenta o valor da empresa. No entanto, não se pode dizer o mesmo em relação a contratação do CRO, pois não foi encontrada significância dele em relação a criação de valor na amostra geral. Apenas quando analisado as empresas que possuem ERM implementado, é possível identificar uma associação positiva e significativa entre o CRO e a performance da empresa.
A análise de dados demonstrou que existe uma relação positiva entre o valor da empresa e a adoção de ERM. O prêmio ERM é estatisticamente e economicamente significativo. No entanto, em relação a presença do CRO, só foi possível constatar associação significativa e positiva quando restringiu-se a amostra a apenas empresas que já tinham o ERM implementado. São necessárias mais pesquisas para entender o papel do CRO dentro da empresa, observando-se o processo de contratação, o envolvimento dele com a construção de relatórios e os detalhes internos dos programas.
HOYT, R. E.; LIEBENBERG, A. P. Evidence of the value of enterprise risk management. Journal of Applied Corporate Finance, New York, NY, v. 27, n. 1, p. 41–47, 2015. HOYT, R. E.; LIEBENBERG, A. P. The value of Enterprise Risk Management. Journal of Risk and Insurance, Malden, MA, v. 78, n. 4, p. 795–822, 11, Dec. 2011. PAGACH, D.; WARR, R. The characteristics of firms that hire Chief Risk Officers. Journal of Risk and Insurance, Malden, MA, v. 78, n. 1, p. 185–211, 17 March 2011.