Resumo

Título do Artigo

A Influência dos Valores Humanos na Consciência Ecológica do Consumidor Brasileiro
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Palavras Chave

Valores Humanos
Consciência Ecológica
Comportamento do Consumidor

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Estratégia e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Bruno Saboya de Aragão
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Ppga
2 - Solange Alfinito
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Departamento de Administração
3 - BRUNO LAMEIRA ANTUNES
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Brasília

Reumo

A preocupação com o meio ambiente tem se tornado um fator cada vez mais relevante. Desde a década de 70, pesquisadores e cientistas juntam esforços para entender as causas e as consequências do impacto do ser humano na natureza e no planeta como um todo. Com o tempo, percebeu-se o aumento do nível desta preocupação na sociedade de uma maneira geral, e esta preocupação foi denominada consciência ecológica. O aumento neste nível de consciência ambiental impactou diversos setores da sociedade moderna, inclusive o consumo de bens e serviços, tornando-se relevante seu estudo e entendimento.
O objetivo do presente estudo foi avaliar como questões psicológicas individuais, tratadas nesta pesquisa através dos valores humanos de Schwartz et al. (2012), influenciam no comportamento ecológico do consumidor brasileiro. Levando-se em consideração a importância da consciência ambiental no contexto contemporâneo da sociedade, torna-se importante entender como esta consciência é formada.
Zabkar e Hosta (2013) definem a consciência ambiental como uma mudança no estilo de vida, trocando o consumo imediatista e com caráter puramente individual para um consumo que pensa também nos interesses coletivos. Pessoas variam a velocidade em que adquirem esta consciência, cabendo a pesquisadores entender os construtos que influenciam nessa velocidade. Valores humanos, definidos por Schwartz (1992) como metas desejáveis que variam de pessoa para pessoa e que servem de guia nas nossas decisões, por servirem de guia, podem explicar a formação desta consciência ecológica.
A pesquisa foi quantitativa, descritiva e transversal, com levantamento de dados, através de um instrumento em forma de questionário. O instrumento foi disponibilizado online, na plataforma Typeform, durante 35 dias, com divulgação em diversas redes sociais e também por e-mail. A amostra foi não-probabilística autogerada por conveniência, atingindo 465 questionários no total, sendo 456 válidos. Os onze restantes foram retirados por estarem incompletos.
A análise fatorial identificou três fatores de consciência ambiental: compra, reciclagem e reutilização; alimentação e saúde e consumo de energia. Foram identificadas diferenças nas respostas entre os sexos dos respondentes (masculino ou feminino), porém não foram identificadas diferenças significativas entre idade, renda e escolaridade. Os fatores identificados são influenciados de maneira diferente pelos valores humanos utilizados na pesquisa, com destaque para o valor universalismo natureza que foi significativo em todas as análises.
Os achados desta pesquisa apresentam resultados tanto convergentes quanto divergentes em relação à literatura existente, servindo assim como fonte de pesquisa para novos trabalhos relativos à consciência ambiental de consumidores. A pesquisa realizada serve como base para outras pesquisas relacionando valores humanos e consciência ambiental. Serviu também como avaliação da escala de Lages e Vargas Neto (2002) no contexto brasileiro, apresentando resultados divergentes em comparação ao estudo anterior e mostrando a necessidade de novas pesquisas utilizando a escala em questão.
Schwartz, S., Vecchione, M., Fischer, R., Ramos, A., Demirutku, K., Dirilen-Gumus, O., ..., & Konty, M. (2012). Refining the Theory of Basic Individual Values. Journal of Personality and Social Psychology, 103(4), 663-688. Zabkar, V., & Hosta, M. (2013). Willingness to act and environmentally conscious consumer behavior: can prosocial status perceptions help overcome this gap? International Journal of Consumer Studies, 37(3), 257-264.