Resumo

Título do Artigo

A COMUNALIDADE NA LIQUIDEZ É UM FATOR DE RISCO PRECIFICÁVEL?
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Palavras Chave

Comunalidade
Liquidez
Precificação

Área

Finanças

Tema

Apreçamento de Ativos

Autores

Nome
1 - Cláudio Pilar da Silva Júnior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (UFS) - Departamento de Administração
2 - Márcio André Veras Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - PPGA

Reumo

Chordia, Roll e Subrahmanyam (2000) caracterizaram a comunalidade na liquidez como as variações na liquidez acionária que são determinadas por fatores sistemáticos. Com base nisso, os investidores deverão ter uma preocupação maior com a variação na liquidez por fatores sistemáticos, tendo em vista que constitui uma fonte de risco não diversificável. Além disso, se a comunalidade na liquidez constitui uma fonte de risco precificável e não diversificável, espera-se que quanto mais sensível for um título às variações do mercado, maior deverá ser o seu retorno esperado.
Em virtude desse descompasso entre as evidências teóricas e empíricas da comunalidade na liquidez e frente as peculiaridades dos mercados emergentes e da existência do risco de comunalidade na liquidez, o presente estudo tem como problema de pesquisa o seguinte questionamento: A comunalidade na liquidez constitui um fator de risco precificável no mercado acionário brasileiro? Com base nesse questionamento, a presente pesquisa teve por objetivo verificar se a comunalidade na liquidez é precificada no mercado acionário brasileiro.
Apesar da pouca abordagem dos paradigmas tradicionais, as teorias de risco de inventário e da informação assimétrica permitem explicar as variações na liquidez acionária. Contudo, o primeiro modelo para o estudo da comunalidade na liquidez foi desenvolvido por Chordia, Roll e Subrahmanyam (2000). Adicionalmente, o modelo de precificação de ativos ajustado para a liquidez (LCAPM) de Acharya e Pedersen (2005) e o modelo de restrição de financiamento de Brunnermeier e Pedersen (2009) demonstram teoricamente que o risco de comunalidade poderá influenciar o retorno esperado.
Com o objetivo de verificar se a comunalidade na liquidez é precificada no mercado acionário brasileiro, esta pesquisa utilizou a metodologia proposta por Qian, Tam e Zhang (2014) e Anderson et al. (2016). Nesse sentido, obteve-se o valor da comunalidade na liquidez para o período analisado com a obtenção das medidas de inovação da liquidez, calculou-se o prêmio mensal para uma estratégia baseada na comunalidade na liquidez com a construção de carteiras e, por fim, verificou-se se a comunalidade constitui um fator de risco precificável por meio de uma regressão em duas etapas.
Os resultados demonstraram que a comunalidade na liquidez é um fenômeno presente no mercado acionário brasileiro, sendo maior para as empresas de maior tamanho. E apesar da não observância de um prêmio estatisticamente significativo para a comunalidade na liquidez no mercado acionário brasileiro, no senso econômico, a comunalidade na liquidez influencia positivamente o retorno acionário.
Os resultados demonstraram que a comunalidade apresentou um valor médio superior ao encontrado na literatura internacional, o que pode ser considerada razoável, em virtude da enorme variedade de variáveis que podem influenciar o mercado acionário e que não podem ser representadas em um único modelo estatístico. Ademais, constatou-se que a comunalidade na liquidez é um fator de risco precificável e não absorvido pelos demais fatores de risco observados na literatura, implicando que o investidor poderá ser recompensado por lidar com o risco de comunalidade na liquidez.
ANDERSON, R G. et al. Does commonality in illiquidity command a risk premium? Working Paper, FRB of St. Louis, 2016. Disponível em: CHORDIA, T.; ROLL, R.; SUBRAHMANYAM, A. Commonality in Liquidity. Journal of Financial Economics, n. 56, p. 3-28, 2000. QIAN, X.; TAM, L. H. K.; ZHANG, B. Systematic liquidity and the funding liquidity hypothesis. Journal of Banking & Finance, n. 45, p. 304-320, 2014. FORAN, J.; HUTCHINSON, M. C.; O’SULLIVAN, N. Liquidity commonality and pricing in UK equities. Research in International Business and Finance, n. 34, 2015.