Resumo

Título do Artigo

Relação entre IFRS mandatório e criação de valor
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Palavras Chave

IFRS
Assimetria de Informação
Diferenças em Diferenças

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Johnny Silva Mendes
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) - SAO PAULO
2 - Joelson Sampaio
CENTRO UNIVERSITÁRIO ÁLVARES PENTEADO (FECAP) -
3 - Olivan da Silva Rabelo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO (UFMT) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis

Reumo

Bushman e Smith (2001) as empresas que apresentam melhor desempenho econômico, demonstram, em média, maior transparência da governança corporativa, gerando maior disclosure e reduzindo a assimetria de informação. As normas IFRS se tornaram obrigatórias no Brasil em 2010 e algumas empresas que ainda não tinham adotado as normas no período voluntário entre 2008 e 2009, foram obrigadas por uma condição externa. Logo surge uma oportunidade de se analisar o efeito do desempenho econômico das empresas que adotaram o IFRS mandatório, verificando sua relação com a teoria e estudos internacionais.
Este estudo tem por objetivo responder à seguinte pergunta: qual a relação existente entre a adoção do IFRS mandatório e a criação de valor positivo em empresas brasileiras listadas na BM&FBovespa, no período de 2003 a 2014? Considerando a questão de pesquisa este artigo tem por objetivo verificar a relação existente entre adoção mandatória do IFRS e criação de valor positivo em empresas listadas na BM&FBovespa, no período de 2003 a 2014.
O estudo de Daske (2008) analisou e encontrou relação positiva, porém sem significância estatística, entre IFRS e Q de Tobin, em parte disse o autor por conta da curva de aprendizagem, ou seja, sugeriu que novas pesquisas fossem feitas com janelas maiores de análises. No estudo de Li (2010) foi encontrado relação positiva e significante entre custo de capital e IFRS, neste estudo, a janela de análise foi ampliada em relação ao estudo anterior de Dask (2008). Esses resultados estão em linha com a teoria estudada em Bushman e Smith (2001).
A análise de Criação de Valor, antes e depois do IFRS mandatório, se dará pelo estimador diffs-in-diffs (diferenças em diferenças) com os dados organizados em painel. Este modelo com estimador diffs-in-diffs já foi adotado em trabalhos como Li (2010). Tal modelo tem o objetivo de analisar experimentos naturais (ou quase-experimento) que são considerados exógenos por uma mudança imposta na política ou do ambiente em que o mercado está inserido. Para medir criação de valor será utilizado Q de tobin e market to book variáveis essas que são utilizadas com frequencia pela literatura.
Foi utilizada uma amostra de empresas brasileiras regularmente negociadas na BM&F Bovespa entre 2003 e 2014, foram excluídos os anos de 2008 e 2009. O modelo econométrico utilizado foi o método com estimadores diffs-in-diffs, que isola o efeito do IFRS por meio das características não observadas. Foram estimados modelos com dados agrupados e painel com efeito aleatório. Para as métricas de criação de valor, foram encontrados efeitos positivos e significantes nas variáveis Qtobin e Market to Book. Tais resultados estão em linha com esperado pela literatura (BUSHMAN; SMITH, 2001).
Os dados evidenciam que o IFRS mandatório tem relação positivamente e significante com a criação de valor e mostram que o aumento da qualidade nos demonstrativos financeiros reduz a assimetria de informação e, consequentemente, aumenta o incentivo de disclosure nas firmas. Através deste estudo também foi possível verificar que mesmo em mercados de baixo enforcement é possível obter efeito positivo e significante do IFRS.
BOTOSAN, C. A. Disclosure level and the cost of equity capital. Accounting Review, 1997 BUSHMAN, R. M.; SMITH, A. J. Financial accounting information and corporate governance. Journal of accounting and Economics, 2001 DASKE, H. Mandatory IFRS reporting around the world: early evidence on the economic consequences. Journal of accounting research, 2008 LI, S. Does mandatory adoption of international financial reporting standards in the European Union reduce the cost of equity capital?. The Accounting Review, v. 85, n. 2, p. 607-636, 2010.