Resumo

Título do Artigo

Recursos da firma para internacionalização de PMEs de países emergentes: um estudo multimétodo
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Palavras Chave

Pequenas e Médias Empresas
Visão Baseada em Recursos
Revisão sistemática

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Internacional e Globalização

Autores

Nome
1 - Natália Carrão Winckler
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA SUL-RIO-GRANDENSE (IFSul) - Departamento de Ensino - Área de Gestão e Negócios
2 - Aurora Carneiro Zen
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL (UFRGS) - Departamento de Ciências Administrativas
3 - Frédéric Prevot
Kedge Business School - Kedge Business School-France

Reumo

Recursos são fundamentais para obter vantagem competitiva em mercados globais (NANDA, 1996). Em estratégias de internacionalização, o menor porte da firma e sua origem em países emergentes podem ser um desafio adicional ao acesso e o uso dos recursos (WILLIAMS, 2008). Pequenas e Médias Empresas são maioria em países emergentes, apresentam processos de internacionalização mais recente (BRUTON; AHLSTROM; OBLOI, 2008) e demandam recursos e tecnologias específicos para internacionalização (TORRENS; AMAL; TONTINI, 2014). Esse fenômeno pode ser analisado pela Visão Baseada em Recursos (VBR).
O número crescente de PMEs de países emergentes em mercados globais traz à tona seu acesso mais restrito aos recursos para internacionalização (GAUR; KUMAR; SINGH, 2014). Seu contexto de origem e peculiaridades potencializam os desafios dessas firmas ao se internacionalizarem. É preciso que se conheçam quais são os recursos mobilizados nessa estratégia, visto que são poucos, recentes e incipientes os estudos empíricos sobre o tema. Para reduzir esta lacuna na literatura, o objetivo desta pesquisa foi investigar e classificar os recursos para internacionalização de PMEs de países emergentes.
Ao ingressar em um mercado a firma explora recursos que já têm (KAMAKURA; RAMÓN-JERÓNIMO; GRAVEL, 2012), o que depende do seu porte e origem (CONTRACTOR; KUMAR; KUNDU, 2007). Os atributos dos recursos justificam os resultados obtidos por diferentes firmas. Recursos podem ser “tradicionais” e “não tradicionais”, sendo os primeiros utilizados por firmas de países desenvolvidos e os últimos por firmas de países emergentes (GAUR; KUMAR; SINGH, 2014). Também podem ser tangíveis ou intangíveis, e Grant (1991) os divide em: financeiros, físicos, humanos, tecnológicos, reputacionais e organizacionais.
Esta é uma pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, desenvolvida em duas etapas. A primeira etapa consistiu em revisão sistemática de literatura abrangendo diferentes países emergentes. A segunda etapa foi de entrevistas a especialistas, instituições e PMEs sobre o contexto brasileiro. Adotaram-se como técnicas de coleta de dados a pesquisa bibliográfica e a entrevista com roteiro semiestruturado. A análise dos dados envolveu análise de conteúdo e categorização dos recursos, com auxílio do software NVivo. Os recursos foram comparados, identificando-se discrepâncias e complementaridades
Há poucos estudos empíricos no tema. São principalmente feitos na Ásia, multisetoriais e de metodologia quantitativa. Identificaram-se 72 recursos em 10 países emergentes. Predominam recursos organizacionais. Há menor potencial para geração de vantagem competitiva pelo recurso físico, devido à sua maior tangibilidade. O uso de recursos financeiros de terceiros no Brasil contradiz a tendência em outros países emergentes. No contexto brasileiro, para internacionalizar, recursos como fluência em inglês e seguro de carga são estratégicos, enquanto reputação no mercado doméstico é irrelevante.
É baixa a variedade de métodos utilizados em pesquisas nesta temática, possivelmente devido ao caráter exploratório dos estudos. Recursos mais tangíveis parecem menos estratégicos para a internacionalização, na realidade de PMEs de países emergentes, do que recursos mais intangíveis, como os recursos organizacionais. PMEs acessam tanto recursos ditos “tradicionais”, como experiência internacional da firma, quanto recursos “não tradicionais”, como seguro de carga. Estes tendem a ser negligenciados pelas PMEs, apesar do seu potencial para geração de vantagem competitiva no mercado externo.
GAUR, A. S.; KUMAR, V.; SINGH, D. Institutions, resources, and internationalization of emerging economy firms. Journal of World Business, v. 49, n. 1, 2014. GRANT, R.M. The resource-based theory of competitive advantage: implications for strategic formulation. California Management Review, v. 33, n. 3, 1991. TORRENS, E. W.; AMAL, M.; TONTINI, G. Determinantes do desempenho exportador de pequenas e Médias empresas manufatureiras Brasileiras sob a perspectiva da visão baseada em recursos e do modelo de Uppsala. Revista Brasileira de Gestao de Negocios, v. 16, n. 53, 2014.