Resumo

Título do Artigo

RACIONALIDADES NA GESTÃO CULTURAL E SEUS PARADOXOS
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Palavras Chave

racionalidades
cultura
Capitais

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Abordagens e Teorias organizacionais Contemporâneas

Autores

Nome
1 - Marinette Santana Fraga
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Departamento de Ciências Contábeis
2 - ADRIANA ALMEIDA DO CARMO
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - PPGA
3 - Armindo dos Santos de Sousa Teodósio
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

A evolução das teorias organizacionais evidencia os aspectos de gestão desde a divisão do trabalho, a centralidade nas máquinas, nos processos até a valorização do homem e do ambiente. Os aspectos da estrutura organizacional se tornam relevantes para a efetividade operacional e de relações entre seus atores como meios na consecução dos fins propostos em suas atividades. Um destes aspectos diz respeito à racionalidade que é encontrada nos estudos da burocracia e gestão social, entre eles, Weber, Guerreiro Ramos, Habermas, Fernando Tenório e Maurício Serva.
Quais as racionalidades demandadas no campo da Gestão Cultural? O campo da cultura apresenta diferentes demandas, em torno da competitividade e complexidade de atividades que acentuam uma atuação diferenciada nas esferas públicas, privadas e sociais. O objetivo deste artigo é analisar a Gestão Cultural a partir das racionalidades e conhecer as características no campo da cultura tendo vista à teoria de Bourdieu. A gestão cultural deve ser delineada de forma a atender as necessidades e perspectivas de distintos atores envolvidos em seu processo.
No campo da cultura, as disputas são marcadas pelo poder, e, em se tratando da Gestão Cultural, sobressai o indivíduo que consegue aliar a racionalidade à criatividade para uma ação de sucesso. Este estudo possui como base os estudos de Weber (1982), Ramos (1972), Tenório (1990) e Serva (1997) em relação às racionalidades. Quanto aos capitais, tem -se a concepção de Bourdieu (1990). O gerencialismo foi baseado nos estudos de Melo (2000) e Enriquez (1997). O conteúdo foi estruturado sob a forma: gestão cultural: profissão em formação; racionalidades na gestão cultural; concepções de capitais.
A pesquisa realizada classifica-se como quali-quantitativa. Utilizou-se pesquisa bibliográfica, descritiva e pesquisa de campo. Os dados foram analisados através do conteúdo de racionalidades e capitais. A pesquisa de campo foi realizada em Ermelino Matarazzo na Zona Leste de São Paulo com 350 pessoas, sendo denominada de “ Pesquisa das expectativas de futuros gestores de cultura”. Utilizou-se de questionários, cujo roteiro foi fechado e disponibilizado aos respondentes por meio eletrônico, em formato de survey. A análise foi feita a partir da categorização, classificação e análise vertical.
Os principais resultados evidenciam a busca pela racionalidade instrumental através das repostas de 72% dos respondentes concordando com o objetivo de ter mais domínio das leis de incentivo. A racionalidade comunicativa apareceu em segundo lugar, com 78% tendo o objetivo de ampliar suas redes de comunicação e conhecimento. E o interesse no acesso ao capital econômico e social fica evidente nas respostas de 52%. Dos entrevistados, 87% concordaram sobre a sensibilidade para não transformar os projetos futuros em atividades meramente econômicas.
A caracterização da gestão cultural a partir das racionalidades evidenciou uma estrutura da gestão cultural com prevalência dos atributos da racionalidade substantiva, mas os autores deste artigo chamam a atenção para a racionalidade comunicativa que requer novas identificações empíricas. Quanto à concepção de capitais de Bourdieu, a gestão cultural tem como fonte motriz a conversão do capital cultural nos demais capitais. A pesquisa da percepção de profissionais em busca de especialização confirmou os diversos anseios em relação às racionalidades no campo da cultura.
Bourdieu, P. (1989) O Poder simbólico. Lisboa: Difel. Enriquez, E. (1997, Jan-Mar) O indivíduo preso na armadilha da estrutura / estratégica. Revista de Administração de Empresas, 37 (1),18-29. Melo, M. (2000) Categoria Gerencial e seus Conflitos nas Relações de Trabalho, Anais do III Congreso latinoamericano de sociología del trabajo. Buenos Aires. Ramos, A. G. (1972) Models of man and administrative theory. Public Administration Review, pp. 241-246. Serva, M. (1997, Abr-Jun) A racionalidade Substantiva Demonstrada na Prática Administrativa. Revista de Administração de Empresas, 37 (2), 18-3