Resumo

Título do Artigo

Vantagem Competitiva em Redes de Cooperação Produtiva
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Palavras Chave

Vantagem competitiva
Benefícios de rede
Redes de Cooperação Produtiva

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Cluster e Redes de Negócios

Autores

Nome
1 - Ana Cláudia Azevedo
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração
2 - Rafael Morais Pereira
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Programa de Pós-Graduação em Administração
3 - Fernanda Rosalina da Silva Meireles
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - FEA

Reumo

Os estudos sobre redes interessam-se principalmente pelos diversos benefícios que as relações proporcionam, pois, estes arranjos são considerados uma fonte importante de recursos e capacidades. Por sua interação nas redes, as organizações acessam e compartilham uma estrutura ilimitada de atividades interdependentes, permitindo-lhes criar maior valor do que se não se envolvessem no desenvolvimento destes relacionamentos. Assim, o ambiente de inter-relações das redes possibilita às empresas acesso a uma série de benefícios que se convertem em ganhos competitivos.
Os benefícios das redes são abordados na literatura de forma genérica e descritiva com poucos estudos analisando como resultados se concretizam em redes distintas. Tal distinção é importante pois existem diferenças entre as redes variando em função de sua natureza e objetivos. O problema desse estudo está em discutir quais benefícios emergentes em redes de cooperação produtiva estão associados à vantagem competitiva das empresas participantes, com o objetivo de analisar quais benefícios são percebidos como significativos para a vantagem competitiva das empresas na perspectiva dos gestores.
A vantagem competitiva não reside apenas na utilização de recursos internos, mas sim na capacidade de combinar recursos complementares de diversos parceiros (Wassmer & Dussauge,2012). Os benefícios das redes são substanciais na ampliação da vantagem competitiva (Sroka & Hitmár,2013), pois representam fontes de recursos, informação e transferência eficiente de conhecimento facilitando a aprendizagem e inovação pela complementariedade dos parceiros, dentre outros aspectos. Assim, defendemos a hipótese de que os benefícios de rede possuem relação positiva com a vantagem competitiva das empresas.
Este estudo é descritivo e quantitativo; para alcançar o objetivo proposto revisamos a literatura em busca dos principais benefícios competitivos emergentes das redes. Então, elaboramos um questionário e aplicamos um survey junto a 52 empresas de uma rede de cooperação produtiva do interior de MG. Para tratar os dados aplicamos (i) análise fatorial exploratória, para redução estrutural dos benefícios encontrados e, (ii) análise de correlação canônica entre a vantagem competitiva e os fatores resultantes dos benefícios percebidos pelos gestores.
Os resultados apontaram para dois fatores representantes dos benefícios das redes, um predominantemente de caráter estratégico e relacional e outro de caráter racional e econômico. A associação desses fatores com a vantagem competitiva mostra que, os benefícios de caráter estratégico, são percebidos como mais influentes da vantagem competitiva das empresas, sobretudo no que tange aos resultados de inovação.
O estudo reforçou que redes são uma unidade de análise importante para compreender a vantagem competitiva dado os benefícios que podem gerar. Na rede analisada tais benefícios têm caráter estratégico e reforçam a percepção que redes são atualmente o arranjo organizacional mais eficiente e inovativo. Nossa contribuição está na sistematização dos benefícios atribuídos às redes e verificação empírica de como esses benefícios são percebidos pelos atores e estão associados à sua vantagem competitiva, respeitadas as características de um tipo de rede específica - as redes de cooperação produtiva.
Lavie, D. (2006). The competitive advantage of interconnected firms: An extension of the resource-based view. Academy of management review, 31(3), 638-658. Sroka, W., & Hittmár, Š. (2013). Management of alliance networks: Formation, functionality, and post operational strategies. Springer Science & Business Media. Todeva, E. (2006). Business networks: strategy and structure. Routledge. Wassmer, U., & Dussauge, P. (2012). Network resource stocks and flows: how do alliance portfolios affect the value of new alliance formations? Strategic Management Journal, 33(7), 871-883.