Resumo

Título do Artigo

COOPERATIVISMO E PARTICIPAÇÃO: DICOTOMIA ENTRE GESTÃO SOCIAL E ESTRATÉGICA
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Palavras Chave

Cooperativismo
Gestão Social
Gestão Estratégica

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Social e Organizações do Terceiro Setor

Autores

Nome
1 - Débora Gonzaga Martin
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa
2 - Sabrina Olimpio Caldas de Castro
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa
3 - Wesley de Almeida Mendes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa

Reumo

As sociedades cooperativas desenvolvem a cidadania através da democracia, da autonomia, da liberdade e principalmente da participação de seus membros, tornando-se formas avançadas de organização da sociedade civil (MORATO e COSTA, 2001; JUNQUEIRA e TREZ, 2005).
O fato das cooperativas possuírem seus valores primários baseados em participação dos membros nos processos de tomada de decisões, através de uma racionalidade comunicativa e substantiva, as conduz a um prevalecimento da gestão social sobre a gestão estratégica. Porém, em alguns casos o processo de institucionalização faz com que ocorra uma burocratização de suas ações e estruturas (SILVA, 2013) contrapondo aos valores primários desse tipo de organização. Portanto, o objetivo principal do estudo então foi compreender qual o tipo de gestão prevalece em cooperativas da agricultura familiar.
Para alcance dos objetivos, utilizou-se um referencial teórico descrevendo: a evolução do cooperativismo no mundo e no Brasil; a importância da participação dos membros na gestão das cooperativas e; explicação dos modelos de gestão social e estratégica.
Além disso, utilizou-se uma abordagem de metodologia qualitativa, a partir da seguinte estrutura: Estudo de Caso, Entrevista Semi-estruturada, Pesquisa Documental e Análise de Conteúdo.
Os resultados demonstraram que há uma coexistência de gestão dentro da cooperativa estudada. A organização apresentou aspectos da Gestão Social através: do diálogo informal entre os membros; da realização de assembleias e; da eleição para cargos diretores. Já, a Gestão Estratégica é encontrada na maioria das ações, através: da centralização dos processos decisórios nas mãos do presidente; ausência de participação dos associados; da preocupação dos membros apenas com o aspecto econômico; da presença de hierarquia e; do prevalecimento do interesse individual sobre o coletivo.
Acredita-se então, que o baixo nível de participação dos membros em cooperativas de agricultura familiar deve-se, principalmente, ao fato de, na maioria das vezes, os produtores rurais não possuírem conhecimentos adequados para a sua administração e, não possuírem o sentimento de pertencimento e de identidade com a cooperativa. Deste modo, além de incentivos financeiros, a comunicação e principalmente a educação dos membros são essenciais para que se sintam parte da organização, e com isso participem mais das tomadas de decisões da cooperativa.
MORATO, A. F.; COSTA, A. Avaliação e estratégia na formação educacional cooperativista. In: Cooperativismo na era da globalização. Goiânia: UNIMED: Federação dos Estados de Goiás e Tocantins, 2001. JUNQUEIRA, L. A. P.; TREZ, A. P. Capital social e a sobrevivência das cooperativas de trabalho. Revista de Administração Pública, 2005, ano 39. n.2. p. 381-400. SILVA, K. V. D. Gestão social e participação nas decisões: estudos de caso em cooperativas catarinenses. 2013. Tese de Doutorado. Universidade Federal de Santa Catarina.