Resumo

Título do Artigo

GOVERNANÇA CORPORATIVA E SUAVIZAÇÃO DE RESULTADOS
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Governança Corporativa.
Suavização de Resultados.
Nível de Segmentação.

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Eric Henry Tago-Gomes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - Campus Sorocaba/SP
2 - Aparecido Vieira Aranha
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - Sorocaba
3 - Cecília Pereira Sassi
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - ICMC
4 - Flávio Leonel de Carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFSCAR) - Centro de Ciências em Gestão e Tecnologia

Reumo

A suavização de resultados consiste em uma estratégia com a finalidade de alterar o resultado contábil de modo a reduzir suas flutuações. Investidores e credores podem entender a dispersão dos resultados como um indicador de risco. Tal compreensão, aliada ao conflito de interesses existentes na gestão das firmas, pode gerar incentivos econômicos à busca artificial de resultados menos voláteis. Por outro lado, a adoção de mecanismos de governança corporativa pode reduzir a assimetria de informações e, consequentemente, reduzir a possibilidade de suavização de resultados.
Diante do exposto, o objetivo geral do presente estudo foi investigar o relacionamento entre a adoção de mecanismos de governança corporativa, mensurada pela adesão aos níveis diferenciados de governança corporativa da BM&FBOVESPA, e a suavização de resultados.
De acordo com Torres et al. (2009), as empresas que possuem níveis mais elevados de governança tendem a utilizar menos a prática da suavização de resultados. Para Lyra e Moreira (2011), as organizações componentes dos níveis de governança corporativa praticam a suavização de resultados, à proporção de 20% da amostra estudada. Segundo Konraht, Soutes e Alencar (2016), as empresas pertencentes e não pertencentes aos níveis de governança corporativa suavizam resultados em proporção e intensidade iguais. Assim, verifica-se a existência de estudos com resultados significativos em relação ao tema.
Foram selecionados dados financeiros de 211 empresas brasileiras de capital aberto entre 2000 e 2015. As firmas foram separadas conforme a adesão ou não aos segmentos diferenciados de governança corporativa da BM&FBOVESPA. A suavização dos resultados foi mensurada por meio do modelo de Eckel (1981), para identificar a prática de suavização, e uma versão adaptada por Castro e Martinez (2009) do modelo de Leuz, Nanda e Wysocki (2003), com o intuito de avaliar o grau de suavização. Realizou-se a análise por meio de testes não paramétricos de Soma dos Ranks de Wilcoxon e análises descritivas.
Com base na análise descritiva não se pode afirmar que a proporção de empresas suavizadoras de resultados é menor para o grupo de firmas pertencentes aos níveis de governança corporativa; não se confirmou a hipótese de que o grau de suavização de resultados para tais empresas é menor. Porém, embora com base nos testes não paramétricos a suposição de que os níveis de governança corporativa reduzem a possibilidade de suavização de resultados não tenha sido validada, a hipótese de que esses níveis de governança influenciam o grau de suavização de resultados das empresas não foi rejeitada.
Pelos resultados analisados, e com base na análise descritiva, conclui-se que a proporção de empresas suavizadoras de resultados, assim como o grau de suavização das organizações pertencentes aos níveis de governança corporativa da BM&FBOVESPA não são menores aos do grupo das empresas não pertencentes. E que apenas os dados analisados através do modelo desenvolvido por Leuz, Nanda e Wysocki (2003) mostraram serem influenciados pelos níveis de governança corporativa.
KONRAHT, J. M.; SOUTES, D. O.; ALENCAR, R. C. A Relação entre a Governança Corporativa e o Alisamento de Resultados em Empresas Brasileiras. Revista de Contabilidade e Controladoria, Curitiba, v. 8, n. 1, 2016. LYRA, I. X. M.; MOREIRA, R. L. Alisamento de Resultados nas empresas listadas nos níveis de Governança Corporativa da Bovespa. Revista de Contabilidade e Controladoria, Curitiba, v. 3, n. 2, 2011. TORRES, D.; BRUNI, A. L.; CASTRO, M. A. R.; MARTINEZ, A. L. Estrutura de propriedade e controle, Governança Corporativa e o Alisamento de Resultados no Brasil. XXXIII EnANPAD, 2009, São Paulo.