Resumo

Título do Artigo

O CONSUMO COMO CONQUISTA, MEIO E EXPRESSÃO DAS RELAÇÕES AMOROSAS
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Palavras Chave

Consumo
Relações Amorosas
Grounded Theory

Área

Marketing e Comportamento do Consumidor

Tema

Consumo, Sociedade e Materialismo

Autores

Nome
1 - Bruno Medeiros Ássimos
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Coração Eucarístico
2 - Marcelo de Rezende Pinto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Coração Eucarístico
3 - Suzana Melgaço de Afonseca
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Betim

Reumo

A lente que norteia a construção deste trabalho, o consumo, é inerente à sociedade (Lipovetsky, 2007), local em que as características singulares dos indivíduos podem ser utilizadas nas reflexões acerca do comportamento humano de consumo (Anderson, 1957). A vida em sociedade está permeada de relações embebidas de sentimentos experienciados em determinados contextos, como o das relações amorosas, que também acompanharam as mudanças sociais ocorridas ao longo dos tempos, haja vista que as práticas de consumo e os relacionamentos amorosos não se modificaram separadamente (Illouz, 2011).
A pergunta que norteia este trabalho pode ser caracterizada da seguinte forma: de que maneira o consumo se estabelece na dinâmica da construção da relação amorosa de um casal? Com os seguintes desdobramentos em termos de objetivos específicos: (1) assimilar a maneira pela qual os aspectos culturais influenciam o contexto no qual o indivíduo consome; e (2) elaborar um esquema teórico que demonstre a inserção do consumo como elemento ativo na formação de uma relação amorosa.
Pinheiro (2006) revela que a indústria cultural usa de seu poder de persuasão para imbuir elementos de consumo nas relações amorosas, que são validados e incorporados na vida social cotidiana. Para a autora, “... existe a busca de um olhar de aceitação e admiração do outro. ... busca-se amar alguém que seja legitimado socialmente, bonito, atraente, que esteja na moda e portando novas tecnologias. ...busca-se no outro a validação da auto-identidade” (Pinheiro, 2006, p.185), o que reforça a necessidade de se compreender melhor como o consumo contribui para o molde de uma relação amorosa.
Este trabalho utilizou a Grounded Theory como método de pesquisa. Foram realizadas 15 entrevistas em profundidade. Todas tiveram o áudio gravado e foram transcritas, totalizando 720 (setecentos e vinte) minutos de gravação e 356 (trezentas e cinquenta e seis) páginas de transcrição. A técnica de amostragem utilizada foi a teórica. A visão de Charmaz (2009) profere que a análise dos dados deve começar pela codificação inicial. A segunda fase da codificação é nomeada de codificação focalizada, finalizada pela codificação teórica
Para Charmaz (2009, p. 162), “as representações gráficas mostram imagens concretas de nossas ideias”, proporcionando uma demonstração visual das categorias e de suas relações. Todos os elementos participantes do esquema se mostraram necessários e estão fundamentados nos dados produzidos no campo, no referencial teórico inicial e no referencial teórico aqui revisitado. Para facilitar a compreensão, esta seção divide a explicação do esquema teórico em seis partes, apresentadas em sequência.
Os objetivos foram respondidos ao longo do desenvolvimento da pesquisa. Assim, a maneira pela qual o consumo permeia as relações amorosas é que funcionando como expressão do indivíduo, permite reconhecer e ser reconhecido, atuando como elemento fundamental de avaliação em momentos de conquista, além de propiciar o meio pelo qual a relação irá se consolidar e se manter, integrando parcialmente as identidades e facilitando a projeção futura do relacionamento.
Ahuvia, A. C. (2005). Beyond the Extended Self: Loved Objects and Consumers’ Identity Narratives. Journal of Consumer Research, 32, 171-184. Arnould, E. & Thompson, C. J. (2005). Consumer Culture Theory (CCT): Twenty Years of Research. Journal of Consumer Research, 31(4), 868-882. Aron, A., Aron, E. N., Tudor, M. & Nelson, G. (1991). Close Relationships as Including Other in the Self. Journal of Personality and Social Psychology, 60(2), 241-253. Belk, R. W. (1988). Possessions and the extended self. Journal of Consumer Research, 15(2), 139–68.