Resumo

Título do Artigo

AS PRÁTICAS DE CONTABILIDADE GERENCIAL MAIS USADAS POR EMPRESAS QUE OPERAM NO BRASIL
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Palavras Chave

Contabilidade Gerencial
Práticas de Contabilidade Gerencial
Uso

Área

Finanças

Tema

Contabilidade

Autores

Nome
1 - Paschoal Tadeu Russo
Faculdade FIPECAFI (FIPECAFI) - São Paulo
2 - REINALDO GUERREIRO
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA

Reumo

Entende-se que há vasta diversidade de práticas disponibilizadas pelo arcabouço conceitual advindo da Contabilidade Gerencial, entretanto questiona-se que as organizações têm se valido do uso de poucas delas. Budget, custeio, planejamento estratégico podem ser consideradas como Práticas de Contabilidade Gerencial (PCG). Observa-se que as organizações vêm reduzindo sistematicamente a quanto de práticas de gestão que são utilizadas simultaneamente em função de redução de recursos (materiais e humanos). Dessa forma a escolha pela utilização de uma dada PCG passa a ter maior relevância.
Estudos têm sido feito a fim de conhecer quais são as PCG mais usadas pelas organizações e avaliar a existência de associação do uso delas com variáveis contingentes. Nas pesquisas verificadas as metodologias utilizadas e a não segregação de algumas variáveis têm levado à inconclusividade em seus achados. Dessa forma o objetivo desta pesquisa é: conhecer a percepção sobre as Práticas de Contabilidade Gerencial (PCG) mais usadas por empresas não financeiras, de grande porte, que operam no território brasileiro e avaliar a associação dessa percepção com as variáveis contingenciais e de controle.
PCG são as práticas, técnicas ou artefatos de gestão, com foco no usuário interno que se valem da Contabilidade Gerencial para sua coleta, classificação, sumarização, análise, divulgação e gerenciamento. Por meio da Teoria da Contingência se pode entender as mudanças internas nas organizações (ajuste) como respostas a fatores externos (variáveis contingenciais), na busca de melhoria de desempenho. Ela fornece argumentos que possibilitam uma melhor compreensão dos fatores que levaram determinada empresa a reagir ao ambiente, implantar determinado sistema gerencial ou até mesmo abandoná-lo.
Pesquisa, de natureza descritiva, se valeu de um survey em organizações de grande porte não financeira que operam no Brasil se valendo da base de dados da revista 500 MM no ano de 2015. Foram enviados questionários eletrônicos para 618 organizações e foram obtidas 102 respostas válidas. Os dados obtidos foram tratados por meio de análise descritiva e da análise de correspondência (ANACOR) por meio do software STATA/SE 13.0, este último, visando identificar a existência de padrões de associações entre as PCG mais usadas e as variáveis contingenciais.
Orçamento Empresarial posicionou-se como a PCG percebida como a mais usada por (55,9%), e o Planejamento Estratégico veio em segundo lugar (27,5%), em seguida o BSC e painéis de indicadores (5,9%), Análise de Rentabilidade de Produtos (3,9%), Orçamento Baseado em Atividades (2%), Valor Econômico Adicionado (EVA) (2%), e Técnicas Tradicionais de Custeio (1%). É possível afirmar que a PCG mais usada e as demais variáveis contingencias e de controle são independentes (Chi2 >0,05), ou seja, a PCG mais usada e as demais variáveis se combinam aleatoriamente no conjunto de observações analisadas.
O resultado empírico sugere que ainda há muito a refletir sobre a relevância da informação contábil para as organizações. Constatou-se que apesar da existência do arcabouço disponibilizado pela Contabilidade Gerencial, 83,4% das organizações fazem uso prioritário de práticas de planejamento e controle empresarial, e o restante delas de poucas outras. Pelo porte das organizações analisadas esperava-se maior diversidade na priorização do uso. Também se constatou que a abordagem contingencial não forneceu elementos para auxiliar no entendimento das motivações para a escolha prioritária das PCG.
Chenhall, R. H. (2007). Theorizing Contingencies in Management Control Systems Research. In C. S. Chapman, A. G. Hopwood & M. D. Shields (Ed.) Handbook of Management Accounting Research (vol. 1, pp. 163–205). Amsterdam: Elsevier Otley, D. (1994). Management control in contemporary organizations: towards a wider framework. Management Account Review, v.5, p. 289-299 Frezatti, F.; Guerreiro, R.; Aguiar, A. B.; Gouvêa, M. A. (2007). Análise do Relacionamento entre a Contabilidade Gerencial e o Processo de Planejamento das Organizaçőes Brasileiras. RAC. 2a. Edição Especial. p. 33-54.