Resumo

Título do Artigo

É Jeitinho, Malandragem ou Corrupção? A Percepção dos Atuais e Futuros Gestores da Geração Y Sobre as Condutas Ilícitas Cotidianas e Organizacionais.
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Palavras Chave

Geração Y
Jeitinho Brasileiro
Condutas Ilícitas

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Temas Emergentes e Modismos em Gestão de Pessoas

Autores

Nome
1 - Renata Monteiro Martins
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
2 - Vitória Rezende Lopes
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Santa Mônica
3 - Denilson Aparecida Leite Freire
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de gestao e negocios

Reumo

O “jeitinho” brasileiro seria, de acordo com Vieira, Costa e Barbosa (1982, p. 23), “uma tentativa de fugir aos rigores e padrões da burocracia”, isto é, uma forma de contornar as leis, normas e regras utilizando-se da flexibilidade, da criatividade e do personalismo, tendo, assim, uma perspectiva mais positiva (FLACH, 2012). Segundo IBGE (2010), o Brasil, possuía,51,3 milhões de jovens, de 15 a 29 anos e esses fututos e atuais gestores estão inseridos em um país marcado por uma série de escândalos de corrupção nos últimos anos.
O presente estudo analisou a percepção dos futuros gestores da Geração Y, aqueles nascidos após 1980, com relação aos diferentes tipos de condutas pessoais (cotidianas) e organizacionais: jeitinho, malandragem ou corrupção.
Para Da matta (1984) o “jeitinho” é um modo pacífico de relacionar o indivíduo e a pessoa, o pessoal e o impessoal, o “pode” e o “não pode”, em que se faz uso do personalismo e de fatores externos à determinada situação para se obter uma solução satisfatória. Partindo, assim, do pressuposto de que o “jeitinho” consiste em um traço histórico enraizado na cultura brasileira, que pode se dar tanto por meio de ações pacíficas para a obtenção de vantagens pessoais de forma criativa.
Para alcançar o objetivo deste estudo, optou-se por uma abordagem quantitativa (VIEIRA, 2002) por meio de uma survey, aplicada on-line através de convites por correio eletrônico e mídias sociais, direcionada para graduandos e graduados nos cursos de Administração, Ciências Contábeis e Gestão da Informação de diversos lugares do país, nascidos entre os anos de 1980 e 1999. No total, foram obtidas 472 unidades amostrais.
Obtiveram 472 respondentes, sendo que o público feminino foi de 58,5% e o masculino de 41,5%. A média de idade dos participantes foi de 24,45 anos, considerando, sendo a idade mínima pesquisada foi de 18 anos e a idade máxima de 36 anos. No que se refere ao estado civil, 82,7% dos respondentes declararam estarem solteiros. Ao serem questionados se já “deram um jeitinho” para ajudar alguém, 75,9% dos respondentes alegaram que sim. Além disso, 67,8% dos participantes afirmaram já terem pedido para alguém “dar um jeitinho” ao seu favor e 66,5% já “deram um jeitinho” para conseguir algo para si.
Foi possível evidenciar que a percepção dos atos de corrupção é influenciada pelas características demográficas dos indivíduos. Os resultados evidenciaram uma maior percepção negativa em relação às condutas ilícitas que ocorrem no ambiente organizacional que no cotidiano, sendo mais toleráveis. Ademais, é possível notar que, os membros da Geração Y se utilizam do “jeitinho brasileiro” em diversas circunstâncias, seja pedindo para alguém, para ajudar alguém ou para si mesmos.
BORINI, F. M.; GRISI, F. C. A corrupção no ambiente de negócios: survey com as micro e pequenas empresas da cidade de São Paulo. Revista de Administração - RAUSP, v. 44, n. 2, p. 102-117, 2009. DA MATTA, R. O que faz o brasil, Brasil?. Rio de Janeiro: Rocco, 1984. FLACH, L. O jeitinho brasileiro: analisando suas características e influências nas práticas organizacionais. Revista Gestão e Planejamento, v. 12, n. 3, p. 299-514, 2012. MOTTA, F. P.; CALDAS, M. Cultura organizacional e cultura brasileira. São Paulo: Atlas, 1997.