Resumo

Título do Artigo

A FORMAÇÃO DE UM CLUSTER E A DINÂMICA GENEALÓGICA POR SPIN-OFFS
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Palavras Chave

Genealogia
Spin-offs
Clusters

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Pequenas e Médias Empresas

Autores

Nome
1 - Roberta Manfron de Paula
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA - Administração
2 - Manuel Portugal Ferreira
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - PPGA

Reumo

A literatura sobre clusters industriais tem focado a emergência e desenvolvimento dos clusters por meio de dinâmicas empreendedoras e especificamente por meio de spin-offs empreendedoras (FERREIRA, et al, 2017). Spin-offs empreendedoras são novas empresas criadas por ex-funcionários que saem da empresa mãe para estabelecerem a sua própria empresa. Estas spin-offs posicionam-se como concorrentes ou como parceiras da empresa-mãe (GARVIN, 1983; KLEPPER, 2001). A genealogia é relevante porque os fundadores das novas empresas são limitados por suas experiências organizacionais prévias.
Poucos estudos buscam entender como as spin-offs surgem e se caracterizam. Este gap também favorece o nosso estudo. Neste estudo apresentamos a formação genealógica de um cluster, que se fez majoritariamente por meio de spin-offs empreendedoras, no contexto das micro e pequenas empresas. O nosso foco, está especificamente em caracterizar e debater a genealogia de um cluster brasileiro de formação recente e de relativamente baixa tecnologia incorporada. A formação recente e a baixa intensidade tecnológica são elementos relevantes e distintivos face à literatura internacional existente.
A literatura internacional já analisou efeitos genealógicos no contexto de indústrias de alta intensidade tecnológica. Nestes casos a criação de novas empresas, das spin-offs pode ter um caráter substancialmente distinto ao serem motivadas por progressos tecnológicos, e as spin-offs serem não competitivas com as empresas mãe. As empresas estabelecidas são ambientes de treinamento naturais para a próxima geração de empreendedores, pois permitem que funcionários tenham experiências e aprendam como organizar uma empresa do mesmo setor (KLEPPER, 2011).
Abordagem qualitativa, com entrevistas no local, a 232 malharias correspondentes a 54% das empresas formalmente registradas no cluster de Monte Sião. O roteiro de entrevista identificou a origem de empresa (spin-off), se gerou outras spin-offs (empresa mãe), a experiência e motivação do fundador (com atividade anterior em empresas do setor), a atuação da empresa (empresa em atividade / encerrada). As entrevistas identificaram a descendência pessoal e profissional dos proprietários e apontou relações de genealogia por spin-offs. O tratamento dos dados caracteriza-se por análise de conteúdo.
Um resultado relevante do estudo consistiu em identificar claramente que muitas das empresas existentes efetivamente nasceram da descendência herdada, ou por meio de ligações pessoais com empreendedores estabelecidos na região. Por exemplo, as spin-offs formadas pelos filhos e depois pelos netos, ou as formadas por ex-funcionários. Parece razoável sugerir que spin-offs gestadas em empresas mãe mais férteis terão um maior leque de possíveis contatos o que auxiliará, previsivelmente, a que novas spin-offs se estabeleçam da mesma empresa mãe.
Este estudo tem três contribuições fundamentais. 1 - caracterizamos a genealogia de um cluster. 2 - identificamos a forma como ocorreu a descendência das empresas, reconhecendo seis tipos diferentes de empresas constantes no cluster: empresa mãe ativa, empresa mãe inativa, spin-offs formais, spin-offs de várias mães, spin-offs informais e empresas tradicionais. Estas análises são relevantes para debater a herança das spin-offs empreendedoras. 3 - este estudo descreve um quadro útil para entender a criação de novas empresas de baixa intensidade tecnológica e consequentemente, de um cluster.
FERREIRA, M.; REIS, N.; PAULA, R.; PINTO, C. Structural and longitudinal analysis of the knowledge base on spin-off research. Scientometrics. 112(1), 289-313, 2017. GARVIN, D. Spin-offs and the new firm formation process. California Management Review, 25(2), 3–20, 1983. KLEPPER, S. Employee startups in high-tech industries. Industrial and Corporate Change, 10 (3), 639-674, 2001. KLEPPER, S. Nano-economics, spin-offs, and the wealth of regions. Small Business Economic, 37(2), 141-154, 2011.