Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DA IMPOSIÇÃO DE PERÍODOS DE LOCK-UP SOBRE O DISPONÍVEL DE CAIXA MANTIDO PELOS FUNDOS MULTIMERCADOS BRASILEIROS
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Palavras Chave

Fundos multimercados
Períodos de lock-up
Disponibilidade de caixa

Área

Finanças

Tema

Técnicas de Investimento

Autores

Nome
1 - Dienifer Aline Clemente Oliveira
-
2 - GLEISON DE ABREU PONTES
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN - Faculdade de Gestão e Negócios
3 - Rodrigo Fernandes Malaquias
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACIC

Reumo

Mediante os resultados de Pontes, Rogers e Malaquias (2015), a necessidade de outras pesquisas que enfoquem o efeito da imposição de períodos de lock-up sobre a rentabilidade das cotas dos fundos multimercados, torna-se latente uma vez que o referido estudo se limitou à subcategoria dos fundos Long and Short brasileiros. Sob a perspectiva de Aragon (2007), se o disponível de caixa mantido pelos fundos multimercados aumenta em relação à imposição de períodos de lock-up, pode-se inferir que esses impedimentos fazem parte da estratégia de investimento desses fundos para obterem rentabilidade.
Este estudo apresenta a seguinte problemática: qual o efeito dos períodos de lock-up sobre o disponível de caixa mantido pelos fundos multimercados? Desse modo, o objetivo geral consiste em analisar o efeito da imposição de períodos de lock-up sobre o disponível de caixa dos fundos multimercados brasileiros, no período de 2011 a 2015.
A imposição de períodos de lock-up guarda relação com o disponível de caixa mantido pelos fundos, pois, segundo Ackermann, Mcenally e Ravenscraft (1999), o caixa dos fundos de investimento pode sofrer variações positivas, devido às restrições de resgate, em detrimento dessa política, tornar as cotas ilíquidas até o final do período acordado faz com que ocorra a diminuição dos desembolsos e, consequentemente, proporcione rentabilidade superior para os cotistas (ARAGON, 2007; AGARWAL; DANIEL; NAIK, 2009).
Esta pesquisa tem abordagem quantitativa e classifica como descritiva quanto ao objetivo. Os dados que a compuseram se referem ao período de 2011 a 2015. A partir dos 2.441 fundos disponibilizados no sistema Economática®, optou-se por aqueles que detivessem maiores valores de patrimônio líquido (mediana acima de R$ 31.229.688,69) e períodos de lock-up iguais ou superiores a 30 dias, o que totalizou 79 fundos multimercados. Na sequência, coletaram-se manualmente no site do Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os dados referentes ao disponível de caixa mantido pelos 79 fundos multimercados.
Para a análise dos dados, empregou-se a estatística descritiva, com a finalidade de expor a composição da variável períodos de lock-up e disponível de caixa. Depois, foi empregada a análise de correlação para verificar se houve associação entre a imposição de períodos de lock-up e o disponível de caixa mantido pelos fundos multimercados. Por fim, empregou-se a análise de regressão para dados em painel, a fim de verificar o efeito da imposição de períodos de lock-up sobre o disponível de caixa mantido pelos fundos multimercados brasileiros.
Os resultados obtidos mostram que a imposição de períodos de lock-up não causou um efeito positivo sobre a disponibilidade de caixa dos fundos, ocasionando, portanto, um efeito negativo sobre o disponível de caixa mantido pelos fundos multimercados brasileiros. A média de dias estabelecidos para a imposição de períodos de lock-up foi de 46 dias, assim, o período encontrado nesta pesquisa pode ser considerado curto. No Brasil, parece não existir o prêmio de lock-up na categoria dos fundos multimercados, o que justificaria a diminuição do disponível de caixa na presença dessa política.
ACKERMANN, C.; MCENALLY, R.; RAVENSCRAFT, D. The performance of hedge funds: risk, return, and incentives. The Journal of Finance, v. 54, n. 3, p. 833-874, jun. 1999. ARAGON, G. O. Share restrictions and asset pricing: evidence from the hedge fund industry. Journal of Financial Economics, v. 83, p. 33-58, 2007. PONTES, G. A.; ROGERS, P.; MALAQUIAS, R. F. Os fundos Long and Short entregam o prêmio de lock-up? Evidências empíricas no Brasil. Revista Contabilidade Vista e Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 3, p. 106-123, set/ dez. 2015.