Resumo

Título do Artigo

Efeitos da interação Inovação-Governança Corporativa na internacionalização de empresas brasileiras
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Palavras Chave

Internacionalização
Inovação
Governança Corporativa

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Janaína Cássia Grossi
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Uberlândia
2 - Eunice Henriques Pereira Vilela
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Gestão e Negócios
3 - Vinícius Silva Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Fagen

Reumo

Estudos recentes apontam relações positivas entre governança corporativa e internacionalização e também entre inovação e internacionalização. Moizinho et al. (2014) concluíram que empresas brasileiras com níveis de governança mais elevados incrementam suas receitas pela exportação, possuindo melhores oportunidades de internacionalização. Nonnemberg e Avellar (2013) fornecem evidências, por meio de uma amostra de empresas da América Latina e Leste Europeu, que a inovação afeta positivamente a probabilidade das empresas internacionalizarem.
O presente artigo aponta uma possibilidade de estudo ao considerar os resultados encontrados pelos trabalhos citados: se tanto governança corporativa quanto inovação possuem relação positiva com o aumento da internacionalização, qual a relação entre a interação dessas duas variáveis e a internacionalização? Dessa maneira, o objetivo deste artigo é analisar o efeito da interação entre inovação-governança corporativa na internacionalização de empresas brasileiras como forma de se melhorar o entendimento sobre o processo de internacionalização de empresas.
Estudos empíricos demonstram relações positivas entre governança e internacionalização (Andrade & Rossetti 2004; Moizinho, Borsato, Peixoto & Pereira, 2014; Pereira & Sheng, 2013) e também entre inovação e internacionalização (Fagerberg, 1988; Harris & Li, 2009; Nonnenber & Avellar, 2013). Como explicação da possível relação entre as variáveis foi utilizado a Teoria da Agência (Jensen & Meckling, 1976), Teoria do Desenvolvimento Econômico (Schumpeter, 1934) aspectos positivos da governança (Love, 2011; Klapper & Love, 2004).
A amostra abrange as empresas brasileiras listadas na BM&F Bovespa e presentes no Ranking da Fundação Dom Cabral das Multinacionais Brasileiras entre anos 2006-2016. O nível de governança corporativa das empresas será medido pelo grau de desconcentração do controle acionário, emissão de ADRs e Nível de Governança Corporativa da Bovespa. A inovação pela proporção dos ativos intangíveis em relação ao ativo total. A internacionalização pelo Grau de Internacionalização disponibilizado pela Fundação Dom Cabral. O tratamento dos dados será feito por meio da modelagem de dados em painel.
Resultados confirmam relação positiva entre governança e internacionalização (maior transparência, credibilidade, acesso ao crédito e confiança dos investidores) e inovação e internacionalização (produtos e processos mais competitivos), o que corrobora estudos empíricos do referencial. Porém, quando analisado o impacto da interação entre governança-inovação na internacionalização, os resultados apontam que quanto mais inovadoras e de boas práticas de governança corporativas forem as empresas, menos internacionalizadas serão, o que contraria o esperado de acordo com a pesquisa bibliográfica.
Benefícios gerados pela governança e inovação quando analisados isoladamente, contribuem para a internacionalização. Porém, inovação e governança analisadas conjuntamente, o impacto na internacionalização é negativo: inovação e internacionalização são consideradas estratégias de riscos. Empresas de controle acionário pulverizado (maior governança), os acionistas minoritários são mais ouvidos e tendem a proteger sua riqueza. Dessa forma, os acionistas se opõem à estratégias de risco e no caso das empresas inovadoras, são contrários à internacionalização, já que risco da inovação já foi tomado.
Jensen, M. C., & Meckling, W. H. (1976). Theory of the firm: Managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of financial economics, 3(4), 305-360. Moizinho, L. C., Borges Borsato, R., Maciel Peixoto, F., & Silva Pereira, V. (2014). Governança Corporativa e Internacionalização: Uma análise dos efeitos nas empresas brasileiras. Revista de Ciências da Administração, 16(40). Nonnenberg, M. J. B., & Avellar, A. P. (2013). Exportações e processos inovativos: Um estudo para a América Latina e a Europa do leste (No. 1899). Texto para Discussão, Ipea