Resumo

Título do Artigo

INFLUÊNCIA DA COMPETITIVIDADE NO NÍVEL DE INTANGIBILIDADE DE COMPANHIAS ABERTAS
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Palavras Chave

Competitividade
Intangibilidade
Companhias abertas

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Ariberto Dalchiavon
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - CHAPECÓ
2 - Gilvane Scheren
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Chapecó
3 - GEOVANNE DIAS DE MOURA
UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ (UNOCHAPECÓ) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis e Administração

Reumo

Autores como Carmeli e Tishler (2004), Galbreath e Galvin (2008) e Andonova e Ruíz-Pava (2016) destacam que a vantagem competitiva de uma empresa baseia-se principalmente na posse de recursos raros e valiosos que não podem ser copiados pelos concorrentes. Salientam que os intangíveis possuem essas características e, por isso, podem fortalecer a vantagem competitiva daqueles que os possuem. Consequentemente, é natural que, em ambientes onde o nível de competição seja maior, os intangíveis ganhem destaque e se tornem mais representativos (TSAI; LU; YEN, 2012; MOURA; MECKING; SCARPIN, 2013).
Apesar de haver uma extensa e crescente literatura sobre ativos intangíveis, poucas pesquisas foram realizadas sobre os determinantes dos investimentos das empresas em intangíveis. Na maioria das pesquisas, o nível de investimentos em intangíveis é tratado como uma variável explicativa e não como uma variável a ser explicada. Além disso, no Brasil, pouca atenção tem sido dada em relação à influência da competitividade no nível de intangibilidade. Assim, o estudo objetiva verificar a influência da competitividade no nível de intangibilidade das companhias abertas listadas na B3 S. A.
Pesquisadores nacionais (TEH; KAYO; KIMURA, 2008; RITTA; ENSSLIN; RONCHI, 2010; MOURA; MECKING; SCARPIN, 2013; SPRENGER et al., 2017) e internacionais (CARMELI; TISHLER, 2004; GALBREATH; GALVIN, 2008; TSAI; LU; YEN, 2012; ANDONOVA; RUÍZ-PAVA, 2016) descrevem que os ativos intangíveis constituem um diferencial competitivo para as empresas, dado o cenário de intensa concorrência e competitividade que exige mais do que os recursos tradicionais para a sobrevivência e desenvolvimento dos negócios. Logo, infere-se que o nível de competitividade pode influenciar no nível de intangibilidade.
Pesquisa descritiva e quantitativa em uma amostra de companhias abertas, com dados de 2010 a 2016. Quanto aos intangíveis, em consonância com Ritta, Ensslin e Ronchi (2010) e Medrado et al. (2016) foi calculado, para cada empresa, o percentual dos intangíveis em relação ao ativo total. Para competitividade, seguindo Moura, Mecking e Scarpin (2013) e Sobrinho et al. (2014), foi utilizado como proxy o índice de Herfindahl-Hirschman. Outros fatores investigados, além da competitividade foram: governança, tamanho e crescimento. A análise ocorreu com auxílio de regressão linear múltipla.
Em relação à intangibilidade, destacaram-se positivamente as companhias do setor de bens industriais e negativamente as dos setores financeiro e de materiais básicos. Identificou-se monopólio no setor econômico de petróleo, gás e biocombustíveis, oligopólios nos setores de materiais básicos, tecnologia da informação e de telecomunicações e concorrência perfeita nos demais setores. Os resultados sinalizaram que a competitividade influencia para um aumento do percentual de ativos intangíveis no ativo total das empresas. Permitiram constatar também que governança e tamanho também influenciam.
A competitividade influencia para um aumento do percentual de ativos intangíveis no ativo total das empresas, em linha com o descrito na literatura (TSAI; LU; YEN, 2012; MOURA; MECKING; SCARPIN, 2013) de que em ambientes onde o nível de competição é maior, as empresas tendem a realizar maiores investimento em ativos intangíveis. Ou seja, é possível concluir que o nível de competitividade pode ser visto como um fator que influencia na representatividade dos intangíveis no ativo total das empresas. Os resultados fornecem evidências adicionais para a literatura existente.
ANDONOVA, V.; RUÍZ-PAVA, G.. The role of industry factors and intangible assets in company performance in Colombia. Journal of Business Research, v. 69, n. 10, p. 4377-4384, 2016. ARRIGHETTI, A; LANDINI, F; LASAGNI, A. Intangible assets and firm heterogeneity: Evidence from Italy. Research Policy, v. 43, n. 1, p. 202-213, 2014. TSAI, C.; LU, Y.; YEN, D. C. Determinants of intangible assets value: The data mining approach. Knowledge-Based Systems, v. 31, p. 67-77, 2012.