Resumo

O Brasil sempre foi considerado o país das oportunidades e o estímulo ao empreendedorismo representa, para milhares de pessoas, a opção de terem seu próprio negócio. A partir de 2009 a mão de obra excedente e qualquer cidadão interessado em ter seu próprio negócio passaram a ter a oportunidade de desenvolverem atividades com fins lucrativos como Microempreendedor Individual. Porém várias são as dificuldades percebidas que podem aumentar a estatística de mortalidade das empresas de pequeno porte.

Compreender as principais dificuldades vivenciadas pelos MEIs pode ser uma solução para que estes não aumentem as estatísticas de pesquisas que hoje voltam-se ao entendimento de empresas de pequeno porte. Dessa forma, a atual pesquisa busca responder a seguinte questão: quais as principais dificuldades encontradas pelo Microempreendedor Individual da região de Campinas na gestão do seu negócio? E objetiva identificar as dificuldades de gestão encontradas pelos MEIs da região de Campinas.

Por ser um conceito nacional e recente, os poucos estudos que temos até o momento datam de 2010 em diante, carecendo de convergência empírica. Dessa forma, o artigo fundamentou-se na caracterização do MEI através das leis que o regulamentam e de trabalhos prévios pesquisados, alguns publicados nos anais do SEMEAD, como os de Domingos e Moura (2014), Oliveira e Siqueira (2013) e Silva et al. (2010).

Trata-se de um estudo exploratório, qualitativo, que contou com entrevistas estruturadas como procedimento para a coleta de dados. Foram entrevistados 50 microempreendedores individuais da região de Campinas que tinham como característica pertenceram ao comércio varejista de vestuário, delimitação da presente pesquisa. Os dados coletados foram analisados através da análise comparativa e descrição dos achados.

Foi percebido que muitos MEIs aproveitam a oportunidade de formalização através do MEI para ingressarem na Previdência Social, porém não possuem conhecimento de gestão ou de planejamento de um negócio. Destaque para a falta de visão sistêmica e não possuir controles financeiros, dificuldades na formação de preços, controle de estoque, capital de giro, endividamento elevado com a consequente apresentação de restritivos poderão acarretar em dificuldades ou até mesmo no encerramento das atividades.

Percebe-se, pelos resultados alcançados, que o Microempreendedor Individual, mesmo gozando de tantos benefícios em comparação a outros modelos de negócios, sofre dos mesmos males que caracterizam as microempresas e as empresas de pequeno porte. Limitações metodológicas foram percebidas e mencionadas nesta seção, bem como sugestão de trabalhos futuros.

Foram utilizadas referências recentes sobre o tema e também as leis que regulamentam o microempreendedor individual.