Resumo

Título do Artigo

A Escola de Pensamento Gestão Social
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Palavras Chave

Ensaio
Escola de pensamento
Gestão social

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Social e Organizações do Terceiro Setor

Autores

Nome
1 - Marcelo Oliveira Junior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia - DAE
2 - José Roberto Pereira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamernto de Administracao Pública

Reumo

Embora a filosofia da ciência sugira que uma escola de pensamento se trata de um grupo de estudiosos que, em unidade administrativa reconhecível ou não, se debruça sobre um tema específico, a fim de construí-lo teoricamente (DOW, 2007). A Gestão Social (GS) se ampara na possibilidade de que uma escola de pensamento poderia ser entendida como um lócus, não necessariamente limitado geograficamente, em que os estudiosos pudessem desenvolver suas ideias sobre as restrições cognitivas e institucionais que impedem o próprio pensamento que defendem, de se desenvolver (AMSTERDAMSKA, 1987).
Ao tentar “promover uma nova concepção dos objetivos, métodos e critérios de avaliação do seu campo intelectual, uma escola de pensamento pode esforçar-se por estabelecer um direito independente para legitimar a investigação acadêmica [...]” (AMSTERDAMSKA, 1987, p. 332). Diante dessa possibilidade, trabalho ensaístico, objetivamos discutir a possiblidade de entendimento da GS como escola de pensamento e sugerir os critérios que nos permitem tal empreitada.
Na fundamentação teórica deste trabalho, primeiramente, explicamos o que a literatura científica entende por "escola de pensamento" trazendo exemplos de áreas de conhecimento diversas. Em seguida, nos debruçamos sobre algumas breves questões históricas sobre a gênese do pensamento em Gestão Social; seus fundamentos teórico-conceituais; e, as s diferentes abordagens em Gestão Social, presentes na literatura brasileira.
Nossos argumentos nos permitiram discutir três critérios de definição para a escola de pensamento em GS: i) coexistência de posicionamentos teórico-conceituais paralelos, mas que sinergicamente, buscam abarcar as especificidades da realidade social brasileira; ii) estrutura de existência flexível, não vinculada somente a uma organização, agrupamento ou coletividade, mas que oportuniza sua institucionalização, para sua permanência e desenvolvimento; iii) existência de uma comunidade pulsante de pesquisadores, que busca colaborar ativamente com os trabalhos alheios, fomentando o debate.
Em nossas considerações finais, apontamos que os critérios de definição da escola de pensamento em GS não coadunam com os critérios propostos por áreas de conhecimento diferentes (como a economia e a administração, por exemplo). Importante salientar, por outro lado, que não buscamos uma autopoiese, ao propor critérios diferentes de outras áreas de conhecimento. Mas sim, que desejamos assegurar que os fundamentos epistemológicos da GS não sejam feridos, ao absorvermos critérios de definição, de áreas de conhecimento que a GS se posiciona como antagônica.
AMSTERDAMSKA, O. Institutions and schools of thought: the neogrammarians. American Journal of Sociology, v. 91, n. 2, p. 332-358, 1985. DOW, S. Heterodox economics: a common challenge to mainstream economics? In: HEIN, E.; TRUGER, A. Money, distribution and economic policy: Alternatives to orthodox macroeconomics, Cheltehan, Reino Unido: Edward Elgar Publishing Limited, p. 31-46, 2007.